A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos Guias, Mentores e Protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Em Nossa Fraternidade de Umbanda as entidades trabalham com humildade, de forma serena, caritativa, gratuita e respeitando sempre o livre arbítrio; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.


Só nos sentiremos seguros, tranquilos e em paz se estivermos com Jesus, nos lembrando de seus ensinamentos e principalmente colocando-os em prática na nossa vida, no nosso dia a dia. Cristo nos ensinou o que é o amor vivenciado em sua plenitude, demonstrando o amor incondicional. Ainda somos espíritos imperfeitos e estamos longe de praticarmos o amor e a caridade como nosso Divino Mestre, porém, Ele nos deixou um guia para seguirmos, ou seja, deixou-nos o Evangelho com seus princípios de moral e amor. Enquanto não aprendermos a praticar os ensinamentos do Cristo haverá muita dor e sofrimento. O que nos impede de seguirmos verdadeiramente os exemplos de Jesus é o orgulho que ainda impera muitas vezes disfarçado. Sejamos humildes, buscando auxiliar, trazendo esperança àqueles que padecem de dores maiores do que as nossas. E mais: lembremo-nos de que todo aquele que busca aliviar a dor do próximo, na verdade está aliviando as próprias dores. Todo bem que fizermos ao próximo é a nós mesmos que estamos fazendo. Assim, vivamos com Jesus em nossas vidas e só teremos motivos para alegria e paz em nossos corações. Salve Umbanda de Jesus Cristo!


Irmãos da FUJC

terça-feira, 24 de maio de 2016

Por que o Estudo incomoda tanto ao Médium Umbandista?




Muitos médiuns relutam muito quando o assunto é estudo, leitura, aprendizado, alguns simplesmente acham que é chegar ali, colocar uma roupa branca, incorporar um espírito e está tudo certo, e muitos ainda acham que estão fazendo muito, como se estivessem fazendo um verdadeiro favor ao espírito de estar ali cedendo sua matéria. O que muitos médiuns se esquecem que eles também precisam se espiritualizar, se evangelizar e reformar, eles precisam alcançar sua evolução e LUZ PRÓPRIA. Um médium mal instruído, ele simplesmente acaba sendo  um possível veículo para espíritos tão ignorantes espiritualmente quanto eles próprios, fora que por não saberem as minucias que envolve a espiritualidade, mediunidade e por  não saber detectar um espírito idôneo de um que não seja, porque veja médiuns assim se colocam apenas como um marionete do espiritual onde toda e qualquer manifestação espiritual é verdadeira e idônea, não existe crivo por exemplo, lembrem-se SINTONIA E AFINIDADE: Se um suposto espírito vier e falar: oh você vai fazer esse trabalho com o nome de tal fulana um trabalho de feitiçaria, se esse espírito se identificar como sendo um guia e uma entidade famosos vamos colocar assim o médium e até mesmo o consulente cegamente o faz, sem analisar o teor da mensagem e o objetivo de tal propósito, então muitos médiuns acabam virando joguetes de espíritos mistificadores, nefastos devido a sua própria cegueira espiritual ou mesmo displicência. E não se enganem tem MUITOS por ai nesse patamar.

“O guia tem que saber tudo, eu não preciso saber nada”

Para mim essa é uma das frases mais ignorantes que eu pude ouvir na minha vida, e denota uma falta de conhecimento absurdo ao que envolve espiritualidade e mediunidade.

Dá mesma forma que um cirurgião não pode ensinar uma criança a operar, assim é comparado um guia e mentor para com seu médium, ele irá trazer seus conhecimentos a seu médium na medida e de acordo com a evolução e dedicação do mesmo em estar buscando seu próprio conhecimento. Lembrando que o guia age no mental e no psiquismo do médium. Fora que um médium instruído irá facilitar em muito o trabalho e atuação de seus mentores.

Infelizmente muitos médiuns quando chegam numa casa religiosa de Umbanda onde o estudo é exigido, simplesmente descartam, acham cansativo e moroso, fatos assim se comprovam em dias de palestras que muitos poucos médiuns as vezes participam e pior os que costumam faltar são os mais necessitados das mesmas. Para estar modificando esse quadro muitos terreiros de Umbanda estão colocando como normativa e regra doutrinaria a obrigatoriedade dos médiuns estarem sim, participando das palestras e estudos doutrinários. Não haveria necessidade disso caso os médiuns conseguissem entender da urgência e prioridade em se praticar os estudos, e do seu próprio papel no que condiz a seriedade e comprometimento.

Gostaria de frisar que o ESTUDO não é mais importante do que a EXPERIÊNCIA DE CHÃO DE TERREIRO, mas hoje em dia um não sobrevive mais sem o outro,  cabe o médium  fazer das duas uma DUPLA IMPLACÁVEL, para um trabalho sério e consciente espiritualmente falando. Fora que o estudo ajuda a colocar as máscaras no chão, e verdades antes aceitáveis ou mesmo fantasiosas são desmascaradas devido a inverdades. Mas infelizmente talvez esteja ai o grande dilema, se descobrir-se mediunicamente falando e constatar que muita coisa ali ocorrendo pode estar equivocada ou pior estar muito errada, principalmente no que diz respeito a posturas, doutrinas, espíritos. Com certeza é preciso coragem e brio, força de caráter para admitir que possa se estar errando.

Mas tenham certeza é melhor descobrir tarde do que nunca.

Por outro lado, muitos médiuns se queixam que procuram conhecimento em suas casas, mas que além de não terem, todas as suas perguntas nunca são respondidas e a frase mais costumeira vinda de dirigentes é: “… ainda não é tempo para você saber tal coisa..” ou simplesmente ignoram e dizem “… não está na hora…”, claro que tudo tem seu tempo, sua hora, seu aprendizado, mas NUNCA um dirigente deve deixar seu médium sem uma resposta, pelo menos explicar do porque não pode saber. Mas sabemos que em algumas situações essas respostas na realidade é mais um escape de uma pergunta onde não se sabe uma resposta.

O que acontece muito é que temos por ai,  muitos cegos guiando cegos, dirigentes que não sabem nem para eles próprios. Muitos que a frase dita lá em cima era usualmente ouvidas de suas bocas. “… não preciso saber nada, meu guia sabe tudo…”. Realmente um guia e mentor sabe tudo, e tem plena consciência e responsabilidade de não dar conhecimento para quem não sabe lidar com ele. Para se ter conhecimento se faz necessário merecimento e sabedoria. E infelizmente tem muito dirigente ensinando e instruindo médiuns de forma equivocada e errada, e esses médiuns cedo ou mais tarde sofrem as consequências.

Muitas vezes o médium sem ter para onde correr, acaba ele por sua própria conta procurando conhecimento fora, onde na realidade deveria obtê-lo dentro de sua própria casa, e mais triste é ver médiuns sendo expulsos porque o dirigente após descobrir os tira do terreiro, porque se sente com o ego ferido, mas não consegue enxergar que ele negligenciou aquele filho.

Vejo muitos médiuns dizendo eu não gosto de ler, não gosto de palestras eteceteras e tals – TENHO PREGUIÇA. Mas engraçado que muitos desses mesmos médiuns, não podem ver uma notícia escandalizando alguém ou uma outra casa, ou um ibope negativo, ou uma futilidade, o texto pode ser enorme, eles leem tudo, participam, compartilham, a impressão que se dá que o que não presta tem mais valor, é mais interessante. O nome disso é maledicência. E eles estão sendo na realidade maus com quem mesmo?  Pensemos.

Médiuns quando frisamos em vários contextos que um médium deve-se ter comprometimento e seriedade no que condiz a espiritualidade e mediunidade não estamos jogando palavras no ar, é para seu próprio bem, uma mediunidade desequilibrada, sem instrução é veículo fácil para obsessão e para ataques de alto teor de gravidade.

Mediunidade é coisa séria, para gente séria, lembram-se dessa frase?

Alguns médiuns simplesmente se limitam, é como se achassem incapacitados para aprender, e isso não é verdade basta ter força de vontade, principalmente de gostar do que faz. Na realidade quanto mais amor mas se quer saber sobre.

Concordo plenamente, se for para um médium praticar uma mediunidade sem instrução, anti doutrinária, antes que obtenha uma mediunidade desenfreada e desequilibrada é melhor que se abstenha da pratica da mesma mais ostensivamente falando.

Muitos estão médiuns, mas muitos poucos são medianeiros sérios e conscientes.



Por Cristina Alves

domingo, 22 de maio de 2016

Orientações para a Reforma Íntima


O que é a Reforma Íntima?
A Reforma Íntima é um processo contínuo de auto conhecimento, de busca pelo equilíbrio interno, de purificação e elevação dos nossos sentimentos e pensamentos em relação a nós mesmos, aos nossos semelhantes e a toda Criação Divina (a natureza e os animais). É a oportunidade e o meio através do qual podemos caminhar em direção a Deus, à medida que nos libertamos de nossas imperfeições, de nossas fraquezas e de nossos vícios.

Por que devemos fazer a Reforma Íntima?
Porque somente através do nosso equilíbrio em todos os sentidos da vida é que podemos retornar ao nosso Divino Criador. Com a mente e o espírito em desequilíbrio, em desarmonia, continuamos baixando nossas vibrações e sustentando ligações negativas que contribuem para densificar cada vez mais nossos corpos espirituais e nossos campos magnéticos. Evoluir é buscar a nossa própria iluminação, e ela vem do nosso interior, vem através da Reforma Íntima.

Quando devemos fazer a Reforma Íntima?
A Reforma Íntima deve ser feita a todo momento, pois ela ocorre em nosso interior, através de nossos pensamentos e reflexões. Sempre devemos refletir sobre nossos atos, nossos sentimentos, nossas palavras, nossas expectativas, sobre toda a nossa vida e o sentido que damos a ela.

Como fazer a Reforma Íntima?
Cada indivíduo tem sua própria maneira de pensar, de refletir e de analisar a si mesmo. E a Reforma Íntima ocorre como uma auto análise. Primeiro, devemos passar a observar as nossas formas de interagir conosco, com as nossas necessidades, desejos, frustrações, alegrias, tristezas, sucessos, fracassos, amores, amizades, inimizades, tudo o que sentimos, pensamos e vibramos em nosso interior. A partir daí, devemos analisar os nossos posicionamentos com muita calma e muito amor. Então, vamos passar a perceber que em alguns momentos fomos egoístas, em outros fomos injustos e, em muitos outros, passamos as mãos em nossa própria cabeça acobertando nossos erros e fraquezas morais. Ao conseguir perceber todos esses desequilíbrios em nosso interior, devemos vibrar AMOR. Sim, devemos nos amar apesar de nossas imperfeições, devemos nos perdoar por nossos erros pois somos humanos e estamos aqui para aprender. Mas devemos nos amar e perdoar de forma equilibrada, honesta, franca, e não para continuar errando. A partir deste ponto, devemos seguir em frente observando, no dia-a-dia, as situações em que erramos e procurando ter uma postura diferente, correta, sensata, equilibrada, pautada pelo bom senso e pelos ensinamentos que recebemos do Mestre Jesus. Todos nós conhecemos seus ensinamentos, independente de nossas religiões. Devemos manifestar amor, paz, harmonia, caridade, igualdade, fraternidade, fé e todos os outros preceitos que Jesus nos ensinou. A partir do momento que aprendemos a nos amar e respeitar, a amar e respeitar toda a Criação Divina, aprendemos também a amar e respeitar os nossos semelhantes que são nossos pais, mães, irmãos, amigos, vizinhos, conhecidos, enfim, todas as pessoas. Aprenderemos a nos colocar em seus lugares e a não fazer com os outros aquilo que não desejamos que façam conosco. E essas transformações se refletirão em todos os sentidos de nossas vidas, em todos os campos e todas as direções. Nós nos tornamos seres humanos melhores e passamos a viver uma realidade melhor, pois nós estamos em tudo e tudo está em nós. Se encaramos nossos problemas com raiva, ódio, rancor, mágoa, tudo que estiver ao nosso redor vai estar escurecido pelos nossos olhos. O dia mais lindo, o sol mais brilhante, a companhia mais agradável, nunca serão suficientes e satisfatórios. Mas se mudamos nossa forma de interagir com a vida e passamos a entender nossas dificuldades e problemas como oportunidades de aprendizado, tudo que estiver ao nosso redor vai estar mais luminoso. E o dia mais lindo, o sol mais brilhante, a companhia mais agradável, realmente serão maravilhosos pois vamos sentir as suas vibrações positivas, vamos sentir o bem estar em todos os nossos corpos. Não exatamente no corpo material, mas nos espirituais. Há uma diferença muito grande entre o Céu e o Inferno, mas basta sabermos que esta diferença está em nós para que possamos fazer a nossa escolha. Vamos subir em direção à Luz ou vamos descer em direção às Trevas da nossa ignorância?

Como e onde encontrar inspiração e apoio para fazer nossa Reforma Íntima?
O primeiro passo deve ser uma meditação, parar por alguns minutos para pensar sobre a sua necessidade de Reforma Íntima e fortalecer a sua vontade. Para tudo que vamos fazer na vida, é preciso determinação. Após a sua decisão, para iniciar a Reforma Íntima consideramos importante:

1)  Conhecer a Si mesmo: o primeiro passo deve ser o auto conhecimento, observar-se, analisar-se. Você deve buscar os seus pontos fracos, os seus pontos fortes, saber onde erra e onde acerta, deve ter em mente o que pode e deve ser melhorado em Si e no seu relacionamento com as outras pessoas e com toda a Criação. Assumir que não somos perfeitos às vezes dói, mas é necessário para que possamos crescer. Neste momento, lembre-se que devemos nos amar e perdoar para que possamos aprender a amar e perdoar os nossos semelhantes. Saber perdoar e pedir perdão é um aspecto fundamental deste processo. Uma proposta interessante é listar as virtudes que Jesus nos ensinou e desenvolver o hábito de praticá-las. Com o tempo, você passará a manifestá-las naturalmente através do coração.

2)  Oração: a oração é um forte canal de ligação com as vibrações mais elevadas, com níveis de consciência superiores. Quando estamos concentrados em oração elevamos a vibração do nosso mental e passamos a interagir com as diversas fontes de Luz geradas por nosso Criador. Se pedimos Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Geração, Evolução, recebemos suas irradiações sobre nossos corpos espirituais e somos fortalecidos. Por este motivo, sempre nos sentimos bem e amparados após realizarmos nossas orações. Assim, você pode fazer uma oração elevando seu pensamento ao Pai e solicitando o seu auxílio para que possa realizar a sua Reforma Íntima. Pode pedir que fortaleça a sua força de vontade, que esclareça o seu entendimento, que te ajude a enxergar a verdade acima de tudo, que fortaleça seu senso de justiça e seu amor para você mesmo e para toda a Criação. Peça ajuda ao Pai Maior, aos nossos amados Pais e Mães Orixás, aos seus Guias e Protetores Individuais, pois certamente será atendido e amparado.

3)  Estudo: a prática do estudo é muito importante e ajuda muito em todo o processo de auto conhecimento e Reforma Íntima. Através da leitura podemos ter acesso e entender melhor sobre o ser humano, sobre o mundo espiritual. Tem muitos livros que narram estórias sobre buscas pessoais, sobre vidas passadas e os aprendizados ali vivenciados. Acredito que ajudam pois nos dão exemplos bastante práticos e próximos da nossa realidade.  Tem estórias lindas. Ex: “Encontros com a Verdade” – autora Elisa Masselli, “A Força Eterna do Amor” – Robson Pinheiro (sobre a vida de Madre Teresa de Calcutá), também tem os livros “Nosso Lar”, “Os Mensageiros” e “Missionários da Luz” – Francisco Cândido Xavier.

4)  Prática Espiritual: participar de uma prática espiritual, seja espírita, católica, budista, evangélica, ou qual for a sua religião, ajuda muito em nossa busca pessoal, pois as orações e a prática da caridade nos aproximam de Deus. Nas casas umbandistas, ao participarmos das orações ou dos rituais, auxiliamos nossos irmãos através das consultas com os Guias espirituais, dos passes magnéticos de limpeza e de energização. A caridade é o caminho que leva ao Pai, devemos evoluir, mas sempre lembrar de estender as mãos aos nossos irmãos. Quem está na frente deve sempre ajudar aquele que vem logo atrás, é uma corrente. O bem que recebemos devemos compartilhar.

Existem outras formas e modos de fazer a Reforma Íntima, cada um tem a liberdade para encontrar o seu auto conhecimento da melhor maneira que lhe for possível. O importante e fundamental é que ela seja feita, é que você não desista de Si. A Fé, o Amor, o Perdão, a Esperança e a Caridade são “ferramentas” indispensáveis ao nosso espírito nessa busca através do nosso interior.



SENZALA DE UMBANDA

terça-feira, 5 de abril de 2016

Incorporação Inconsciente


Dentro da religião Umbanda, o transe mediúnico de incorporação, chamado daqui em diante apenas de incorporação, é classificado em três tipos: consciente, semiconsciente e inconsciente. Não abordaremos a tese de que a incorporação consciente é apenas irradiação. Este tema não se relaciona com a tese aqui abordada. O tema deste texto é a estabelecer um ponto de vista diferente sobre o fenômeno da incorporação e a quantidade de lembrança que o médium possui ao final dela.
Entendemos que a classificação das incorporações acima descritas não guarda relação com a capacidade do médium em agir sobre seu corpo e sim, com a capacidade que o mesmo possui de lembrar dos fatos ocorridos durante a própria incorporação. A tese reinante sobre este assunto está relacionada com a capacidade de uso do corpo com movimentos voluntários. Contudo, ousamos dizer que esta classificação não está, no seu todo, correta.
Será que o médium inconsciente não lembra da incorporação ou não está ali presente?
Esta é uma pergunta interessante. Vemos constantemente médiuns conscientes reclamarem que gostariam de ser inconscientes e os poucos médiuns inconscientes que conhecemos hoje em dia se vangloriam de sua condição afirmando que não interferem em nada nas mensagens porque não estão ali. Contudo, verificamos durante as giras que mesmo os médiuns “inconscientes” manifestam muito de si mesmo durante as incorporações.
Os trejeitos, as formas de pensar sobre as coisas, as risadas e diversos outras características que sabemos ser do médium. É fácil notar a presença do médium inconsciente durante a incorporação e isto, não é um problema ou um demérito. Outro fato que reforça a presença do médium inconsciente são suas sensações pós incorporação. Se estes médiuns não estivessem ali durante a incorporação, ou seja, se suas almas ficassem vagando pelo mundo espiritual ou mesmo dormindo ao lado do corpo, não haveria sentido afirmarem que estão se sentindo pesados ou até mesmo leves.
A alma acompanha o corpo ou acompanha a alma?
Se acompanha o corpo as entidades não poderiam ter uma. Se acompanha a alma, seria levada embora no momento da desincorporação. Desta forma, é fácil notar que, se o médium sente o peso ou a leveza, algo fora mudado em sua estrutura e, para que isto ocorra, é necessária sua presença. Eliminamos aqui a análise das dores musculares provenientes do esforço físico. Verificando, durante as incorporações, que existe a presença do médium inconsciente e verificando que médiuns inconscientes afirmam que não se lembram de nada, podemos constatar que a diferença entre um médium consciente, inconsciente e semiconsciente não é sua capacidade de movimentar seu corpo como bem entender e sim, sua capacidade de lembrar dos fatos quando estava incorporado.
Não é esta a afirmação dos médiuns inconscientes? Não lembrar de nada? Ora, se esta é a única constatação que podemos ter porque concluímos que eles ali não estavam? Não seria isto um mito criado? Você, leitor, lembra-se de todos os seus sonhos?
Obviamente, não. Porém, não concluímos que você não sonhou ou que não estava no sonho. Concluímos apenas que não se lembra. O sonâmbulo também não se lembra do que fez e nem por isso deixa de estar presente no momento do sonambulismo.
Não lembrar e não fazer parte do processo são conceitos totalmente diferentes.
As incorporações assemelham-se aos sonhos e seu esquecimento pode ter as mesmas causas, já que se relacionam com os mesmos fatos que causam o esquecimento de qualquer ser humano em seu estado de vigília (acordado). Não é exatamente isto o que alegam os médiuns semiconscientes? Que parecem que estão em um sonho e, como em muitos sonhos, não conseguimos controlar nosso corpo como gostaríamos?


Quem nunca sonhou que não conseguia correr, que não conseguia se levantar, que não conseguia mover as pernas ou os braços? Suponho dizer que todos nós já sonhamos com estes fatos e, nem por isso, dizemos que não estávamos presentes por completo nos sonhos. É fácil lembrar dos sonhos? Não. Somente quem dá importância aos sonhos tem lembranças mais frequentes dos mesmos.
Quem não dá a menor importância aos sonhos raramente se lembra de algo. É fato que, aquele passa a se dedicar a estudar o conteúdo dos sonhos, começa automaticamente a lembrar-se melhor de seus sonhos. Sabemos que todos os seres humanos sonham em todas as noites. Sabemos que até mesmos os animais sonham. Sabemos também que a lembrança dos sonhos é mais vívida na parte da manhã em especial quando acabamos de acordar e, ao longo do dia, esta memória vai se perdendo. Sabemos também que não nos lembramos do sonho por completo. Apenas fragmentos ou impressões desconexas. Não é isto o que relatam os médiuns semiconscientes ou até mesmo os inconscientes em alguns momentos?
Afirmamos, assim, que todos os médiuns estão ali presentes durante a incorporação. Seja o consciente, o inconsciente e o semiconsciente. A diferença é que o médium consciente se lembra de tudo, o semiconsciente lembra-se de pouco e o inconsciente não se lembra de nada. Isto não é mais lógico do que acreditar que o médium se encontra em algum lugar vagando ou dormindo. Qual a lógica desta constatação?
Por que um médium seria colocado de lado para não participar da incorporação?
Que defeitos ele apresenta para não ser capaz sequer de estar presente se até mesmo o médium iniciante e o cambone ali estão ao lado dele?
Por favor, não venham com a história de que o médium vai para locais de estudo e trabalho espiritual. Para isto, temos oito horas seguidas de sono todas as noites e nada justifica ter que levá-lo da gira, tendo em vista que ali é o local mais ativo energeticamente e o local em que o médium se faz mais necessário naquele momento.
Qual o sentido de se levar uma pessoa do local em que está ocorrendo um enorme atendimento espiritual com lições valiosíssimas para a vida das pessoas envolvidas? Existe aprendizado maior do que este? Para fechar este raciocínio hermeticamente pergunto: “O bêbado que não se lembra do que fez também não estava ali”? O bêbado estava também em um estado alterado de consciência como é a incorporação.
A capacidade de nosso cérebro em guardar informação é limitada. Não podemos armazenar tudo o que se passa no mundo. O cérebro seleciona o que é mais importante e também aquilo que se repete constantemente. É de conhecimento comum também que informações desconexas são muito difíceis de guardar em comparação com as informações ordenadas. Um poema sem sentido é muito mais complicado de se memorizar do que um poema ordenado. Uma música com um refrão repetitivo é mais fácil de ser memorizada do que uma música sem refrão.
O médium incorporado está em transe e assim, em um estado alterado de consciência. Se a consciência está alterada, os fatos não se sucedem como no estado de consciência comum. Isto é óbvio, mas é preciso frisar. Se a consciência está alterada não podemos dizer que está em seu estado comum. Logo, os fatos apreendidos pelo indivíduo que se encontra em um estado alterado de consciência (transe mediúnico) são captados pelo cérebro de forma diferente. Isto também é óbvio. Imagine uma pessoa alcoolizada. Ela não está captando as informações que se sucedem com ela da mesma forma que você que está ali sóbrio ao lado. Além da falta de controle do corpo, existe o esquecimento de certos fatos ou de todos os fatos. Dependo do tamanho do “pileque” que a pessoa se encontra. Portanto, quando ouvir ou disser que não se lembra de nada do que aconteceu durante a gira, tenha em mente que foi apenas isso. Nunca afirme mais do que isso, pois, se você não se lembra não pode dizer que não estava ali. Se disser que não estava ali é porque se lembra.
Certamente, a divulgação deste texto irá mudar as histórias contadas pelos pseudoinconscientes que passarão a dizer que passaram a se ver flutuando sobre seu corpo e vendo o guia atuando por meio dele. Também surgirão inúmeras histórias destes mesmos médiuns pseudoinconscientes dizendo que permanece no local andando pelo terreiro colhendo informações e sabedoria. Não precisamos de pseudoqualquercoisa. Precisamos de médiuns, sejam eles conscientes, semi ou inconscientes.
Saravá a todos!

Por Adérito Simões.

domingo, 3 de abril de 2016

Leis Cósmicas do Evangelho - Leis de Deus


 "O Evangelho relatando a experiência vivida integralmente por Jesus, em 33 anos de sua vida física, é para mostrar a todos as leis que governam e disciplinam o Universo.
É um compêndio humano a expor os objetivos de Deus na Sua Criação, um tratado perfeito de bem viver, que pode orientar em qualquer época qualquer tipo humano, em qualquer longitude terrestre ou astronômica.
O Evangelho por tanto, é o “Caminho da Evolução indicada pelo Criador à criatura, constituindo-se numa fonte íntima de libertação do Deus em nós. Os preceitos morais expostos por Jesus refletem, também, os princípios do próprio Universo.
A Sua vida no cenário do mundo físico é a condensação das leis definitivas que regem o cosmo."
Ramatis – Evangelho sob à Luz do Cosmo.

Após as palavras sublimes de Ramatís, farei algumas considerações sobre as Leis Cósmicas do Evangelho, tão grandiosas que acredito que em algumas delas, no atual processo evolutivo da humanidade terrena, não temos condições de compreender em sua plenitude, farei algumas elucidações a respeito das lições sublimes e eternas que o Mestre nos transmitiu a dois mil anos atrás.

 

1ª Lei – A Lei do Amor, a Lei MAIOR!
“Amarás ao senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, Este é o maior e o primeiro mandamento”
“Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”
"Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas."
(Mateus, XXII: 34-40).

“E assim tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles. Porque esta é a Lei e os profetas”
(Mateus, 7:12)

“Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem".
(Lucas, 6:31)


O que nos diz o Evangelho segundo o Espiritismo a respeito desta Lei Cósmica?
"A Lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue as misérias sociais".
(Lázaro, O Evangelho Segundo o Espiritismo)

O que podemos dizer a respeito do ensinamento de Lázaro é que a Lei do Amor se praticada em sua plenitude, torna a humanidade um único ser, não no sentido de que nos transformaríamos todos em apenas um ser físico, mas do ponto de vista social, onde nos preocuparíamos com o bem estar de todos, como irmãos, nada faltaria a ninguém, nem o pão, nem o ombro amigo.
O amor cresce com a moralidade e a inteligência, e embora frequentemente comprimido pelo egoísmo, é a fonte das santas e doces virtudes que constituem as afeições sinceras e duradouras.

"Para praticar a Lei do Amor, como Deus a quer, é necessário que chegueis a amar, pouco a pouco indistintamente, a todos os vossos irmãos".
"Os efeitos da lei do amor são o aperfeiçoamento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrena".
"João Evangelista no leito de morte dizia: “Meus filinhos, amai-vos uns aos outros”.
(Fénelon, Bordeaux, 1.861, O Evangelho Segundo o Espiritismo) 

O amor, sendo o estágio mais avançado da evolução, só será alcançada através do avanço moral e intelectual, o amor a que o Mestre nos convida é o amor incondicional, feito que estamos muito longe de alcançar, amar a todos indistintamente é obra dos milênios, se utilizados com muito esforço e dedicação na seara do bem, pois apenas assistindo o próximo é que aprenderemos a amá-los.
Deus é amor supremo, por isso acredito que o objetivo  seja que todos os seres vibrem em harmonia constante no cosmo, algo que só acontecerá quando chegarmos ao topo da marcha evolutiva.

"Quem ama o próximo como a si mesmo, honra o seu pai e a sua mãe, não mata, não comete adultério, não levanta falso testemunho, e não cobiça coisa alguma de quem quer que seja."
(Eliseu Rigonatti, O Evangelho dos Humildes)

Acredito que a única maneira de amar a Deus é amando o nosso próximo, entregando-se de corpo e alma no serviço ao semelhante.

 

2ª Lei - A Lei da Caridade
“E estando Jesus assentado defronte donde era o gazofilácio, observava ele de que modo deitava o povo o dinheiro; e muitos, que eram ricos, deitavam com mão larga. E tendo chegado uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, que importavam um real. E convocando seus discípulos, lhes disse: Na verdade voz digo, que mais deitou esta pobre viúva do que todos os outro que deitaram no gazofilácio. Porque todos os outros deitaram do que tinham na sua abundância; porém esta deitou da sua mesma indulgência tudo o que tinha, e tudo que lhe restava para o seu sustento.”
(Marcos, XII: 41-44 – Lucas, XXI: 1-4)

“A verdadeira caridade faz antes pensar nos outros que em si mesmo”
“O óbolo do pobre, que tira de sua própria privação, pesa mais na balança de Deus que o ouro do rico, que dá sem privar-se de nada.”
(Evangelho Segundo o Espiritismo)

Para Deus não importa quanto ouro se tem e sim o amor que se tem pelo próximo, dar de sua indulgência significa dar algo de si mesmo, algo que venha de dentro, que venha do coração.
A viúva dando tudo que tinha além de demonstrar grande amor pelo próximo também demonstra sua grande fé, porque confia na providência divina que tudo provê. “Se Deus veste um simples lírio com tanta beleza” o que dizer do que a providência pode fazer em nosso favor? São necessárias a confiança, a fé e um grande amor ao próximo para praticar a caridade em toda sua plenitude.
Segundo Carlos Torres Pastorino na obra (Sabedoria do Evangelho) que os ricos que deitavam o dinheiro nogazofiácio trocavam moedas de alto valor por moedas de menor valor, isso aumentava a quantidade de moedas que ao serem despejadas faziam maior barulho chamando a atenção dos que estavam em volta. A meu ver mais uma faceta da vaidade a conta de caridade, no fundo todos queriam mostrar-se abastados e caridosos, no entanto a viúva que deu de seu sustento soube praticar a caridade com o verdadeiro sentimento de amor por seu irmão e grande confiança no pai.
A viúva deu o que tinha, então certamente renunciou alguma coisa para que pudesse dar aquelas moedas, importante saber renunciar.
O Ensinamento também nos remete a uma mudança em nossa escala de valores, parando assim de analisar superficialmente as situações que ocorrem a nossa frente. Porque naquele momento em que a viúva deitava suas moedas, todos olharam com desdém, apenas o mestre que enxerga muito além das aparências compreendeu a atitude de renúncia daquela mulher.
Valorizar mais o que as pessoas tem de bom, o que está em seus corações, seus sentimentos e não aquilo que possuem na terra, os bens perecíveis dos quais nada levamos, nem o corpo nos pertence, tudo é empréstimo do pai, que nos concede a graça do esquecimento através da vida corpórea para que possamos nos recuperar espiritualmente o mais rápido possível, sem o peso do remorso das faltas cometidas no passado.

“Quando derdes um jantar ou alguma ceia, não chames nem teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos que forem ricos, para que não aconteça que também eles te convidem à sua vez, e te paguem com isso; mas quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos, e serás bem aventurado, porque estes não tem como te retribuir; mas ser-te-á isso retribuído na ressurreição dos justos. Tendo ouvido essas coisas, um dos que estavam na mesa disse para Jesus: “Bem aventurado o que comer o pão no Reino de Deus.”
(Lucas XIV: 12-15).

Jesus nos fala claramente que devemos fazer o bem sem esperar retribuição, a verdadeira retribuição segundo Humberto Rodhen é a auto-realização de si mesmo, descobrir que quem dá com alegria é rico, quem precisa receber é um miserável. A participação na abundância quer dizer, na abundância que cada um desfruta, se eu estou na abundância de carinho, devo servir o banquete do carinho, se estou na abundância do afeto, devo dividir com os meus irmãos esta abundância e do ponto de vista material se tenho em abundância, por que não dividir com o meu irmão mais necessitado?
A caridade pode ser material ou moral. Nos diz o Evangelho Segundo o Espiritismo que a caridade moral consiste em voz suportardes uns aos outros. (Tolerância), acredito que seja o que estamos mais habilitados a fazer, enquanto não conseguirmos vislumbrar a Lei Suprema!
Nos diz também que não se incomodar com as faltas alheias é caridade moral.

"A caridade pode ser feita em pensamento, em palavras e em ações. Em pensamento, orando pelos pobres abandonados, em palavras dirigindo aos vossos companheiros alguns conselhos".
(Um espírito protetor, Evangelho Segundo o Espiritismo) 

“É na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida”.
(Adolfo, Bispo de Alger, Bordeaux, 1861, Evangelho Segundo o Espiritismo)

É muito importante compreender o mecanismo da LEI, São Francisco já nos ensinou em sua oração que “é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado”. Antes de colocarmos água em um recipiente, não temos que abri-lo afim de que o liquido entre? Pois então, para que possamos receber é necessário abrir os nossos corações e fazermos aos outros aquilo que gostaríamos que nos fosse feito, sendo assim, perdoar, auxiliar...
O pensamento é força radiante, emitimos para todo o universo algo de nós, com uma determinada freqüência, com um determinado comprimento de onda, projetamos algo de dentro, esta projeção encontrará inevitavelmente ondas semelhantes, que se afinam com a nossa, nos devolvendo centuplicado aquilo que exteriorizamos. Portanto é dentro de nós que descobriremos o reino de Deus, pois se aprendermos a emitir apenas pensamentos de amor e caridade, receberemos isso centuplicado e viveremos o Reino de Deus na face da terra.
Não importa em qual dimensão estamos, pode ser física, astral, mental... O Reino de Deus é dentro de nós!

“Sem Caridade, nada de esperar uma sorte melhor, nenhum interesse moral que nos guie; sem a caridade, nada de fé, pois a fé não é mais do que um raio de luz puro, que faz brilhar uma alma caridosa”
“Não há alegria espiritual que ela não proporcione desde a vida presente”
(São Vicente de Paulo, O Evangelho Segundo o Espiritsmo)

Segundo Humberto Rodhen, Fé é uma palavra oriunda de Fidelidade, significa estar sempre em sintonia, e para estar sempre em sintonia com o Pai é necessário a ação no bem. Esta ação no bem não pode ser uma obrigação, O servir deve ser realizado pelo prazer de servir, jamais algo imposto.
Afirma também que não há alegria espiritual que ela não proporcione desde esta vida, isso se confirma se pensarmos que quando na prática da caridade, nossas companhias espirituais são do mesmo interesse, lei de sintonia, portanto na prática da caridade melhoramos nosso padrão vibratório o que nos torna menos acessíveis a nossos desafetos ao passo que nos aproximamos dos mensageiros do alto que nos guiam na tarefa sublime da caridade.

“Levantando-se um doutor da lei experimentou-o, dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? como lês tu? Respondeu ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda a sua alma, de toda a tua força e de todo o teu entendimento e ao próximo como a ti mesmo. Replicou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isso e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Prosseguindo Jesus disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó; e caiu nas mãos de salteadores que, depois de o despirem e espancarem, se retiraram, deixando-o meio morto.
Por uma coincidência descia por aquele caminho um sacerdote; e quando o viu, passou de largo. Do mesmo modo também um levita, chegando ao lugar e vendo-o, passou de largo. Um samaritano, porém, que ia de viagem, aproximou-se do homem, e, vendo-o teve compaixão dele; e chegando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre seu animal, levou-o para uma hospedaria e tratou-o. No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse: Trata-o, e quanto gastares de mais, na volta to pagarei.
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe Jesus: Vai e faze tu o mesmo.”         
(Lucas, X, 25-37) 

Aqui, Jesus nos convida a prática da caridade sem perguntar cor, raça, sexo, religião, porque não afirma se o homem que estava jogado ao chão era um pagão ou um sacerdote, simplesmente um homem!
Quer dizer também que aquele que ajuda não precisa ser necessariamente um sacerdote, um representante de alguma religião, precisa ser uma Alma vigilante! Um bom samaritano.
Veja que o samaritano derramou sobre as chagas o óleo (balsamo de conforto e consolação) e o vinho espiritual das palavras reveladoras do Mestre, (este é o meu sangue), e também o levou a um lugar onde ele pudesse recuperar-se dos vícios, e poder assim recomeçar, fortalecido no caminho, aprendendo a evitar os (ladrões e salteadores) que são os gozos e as paixões traiçoeiras, para chegar salvo ao fim da Jornada.
Podemos observar como praticar a caridade por completo não é tarefa simples, deve acompanhar todo o processo de reequilíbrio do próximo, que é toda e qualquer criatura existente no Universo.
É necessário que o auxílio seja completo, desde reerguer o irmão que caiu até colocá-lo novamente na senda evolutiva, mais forte, renovado em seus pensamentos, isso pode ser feito através da porta amiga da reencarnação, ou pelo próprio servir seja onde for que esteja, pode ser em hospitais, postos de socorro no astral ou em cidades no astral, como fez André Luiz, logo após seu estagio nas regiões de esgotamento de resíduos mentais (Umbral), iniciou sua tarefa de auxílio na prática da caridade.

Se fosse feita uma esquematização da parábola, em meu entendimento ficaria da seguinte forma:
1º - Acolhimento fraterno.                                                                   
2º - Tratamento, (Óleo e vinho), curando as chagas do sofrimento.
3º - Encaminhamento para algum lugar de reconforto, onde possa ouvir esclarecimentos e reerguer-se tanto físico (Astral) como moralmente. Como diz na parábola (sobre o cavalo o levou).
4º - Logo após o retorno da criatura a senda evolutiva.

É preciso ter o cuidado de não nos tornarmos os novos sacerdotes do século XXI, copiando aqueles que muito têm no cérebro, mas quase nada no coração, que não sejamos mais como os sacerdotes que pregam, conhecem a lei, mas não conseguem estender a mão para os seus irmãos caídos à beira da estrada. Sejamos instruídos sim, é da Lei que o espírito progrida intelectualmente, mas também sejamos simples de coração, a ponto de não passarmos reto pelo amigo viciado que nos olha como um cão acuado pelas ruas, ou então, que não falemos mal do cobrador de ônibus que por estar cansado, enganou-se na contagem do troco, não nos encolerizemos com o irmão que com muita pressa, talvez em emergência familiar passa em alta velocidade pelo sinal vermelho.
Não podemos dar o que não temos, uma vez que não conseguimos no mundo material, no trato com os nossos irmãos sermos caridosos, tão pouco seremos na casa espírita, se a nossa aura estiver impregnada com os charcos da cólera, do sensualismo, do ódio. Assim sendo como conseguiremos mobilizar as fibras dos corações aflitos que procuram amparo no ambiente espírita?


3ª Lei – A Lei do Perdão
“Bem aventurados os misericordiosos porque eles alcançaram a misericórdia.”

“Se perdoardes aos homens as ofensas que vos fazem, também vosso pai celestial vos perdoará vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados”

“Ninguém pode receber algo para além de sua receptividade, a capacidade do recipiente se alarga ou se estreita segundo a maior ou menor atitude de doação do doador.”

“O maior beneficiado não é quem recebe o perdão e sim quem perdoa”, pois este é quem realmente está se libertando!

“Quem perdoa cria em si uma atitude de auto-realização, e para si mesmo se forma um ambiente interno de calma, mansuetude, desde que este perdão não vise nenhuma retribuição, pois se assim for tem seu valor completamente nulificado.”

“Somente um homem incompleto deseja ser compensado”

“Somente um pobre mercenário necessita ser compensado, escorado por algo de fora”

“A misericórdia de Deus flui, irresistível e espontaneamente”

“Felizes são somente os misericordiosos, quando praticam misericórdia para com os seus semelhantes desinteressadamente, sem esperar retribuição da parte deles”
(Huberto Rohden - Sabedoria das Parábolas)


“Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito”

“Se teu irmão pecar contra ti, então, vai, e corrige-o entre ti e ele somente; se te ouvir, ganhado terás ao teu irmão. Então, chegando-se Pedro a Ele, perguntou: Senhor, quantas vezes poderá pecar meu irmão contra mim, para que eu lhe perdoe? Será até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes.”

Aqui a lição mais importante é que devemos perdoar sempre, sem limites, sem condições.

“Concerta-te sem demora com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não suceda que ele te entregue ao juiz e que o juiz te entregue a seu ministro, e sejas mandado para cadeia. Em verdade te digo que não sairás de lá, enquanto não pagardes o último ceitil”

Jesus alerta para tentarmos nos reconciliar o máximo possível com os nossos inimigos antes do desencarne, uma vez que o espírito vingativo estando livre do corpo está mais apto a importunar seu desafeto encarnado com a vantagem de estar invisível.
A reconciliação se faz necessário o mais depressa possível para que não se arraste, por inúmeras reencarnações, este elo de desarmonia. Por quê?

“Eu vos digo em verdade, que não saireis de lá, enquanto não houverdes pagado até o último ceitil”

“Portanto, se estás fazendo a tua oferta diante do altar, e te lembrar aí que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali a tua oferta diante do altar, e vai te reconciliar primeiro com o teu irmão, e depois virás fazer a tua oferta”

Antes de se apresentar a Deus, o homem deve rearmonizar tudo que desarmonizou.

“Porque vedes um argueiro no olho do vosso irmão, vós que não vedes uma trave no vosso olho?”.

É importante parar de olhar para os defeitos dos outros, afim de, procurar corrigir nossas próprias faltas.
Para tanto é necessário que aos poucos o orgulho seja esquecido, uma das coisas que Jesus mais combateu por ser o maior obstáculo para o progresso.
Os escribas e os Fariseus questionaram Jesus a respeito do que deveriam fazer com uma mulher surpreendida em adultério, a lei Mosaica manda apedrejar nesses casos. Mas Jesus disse: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, lhe atire a primeira pedra”
Não há ninguém que não necessite de indulgência, pois todos cometemos erros.
Antes de censurar o próximo devemos observar se não cometemos a mesma falta.
Só podemos criticar com fins benéficos para o outro, a fim de reprimir o mal. A crítica deve ser construtiva.

Emmanuel sempre me disse: “Chico, quando você não tiver uma palavra que auxilie, procure não abrir a boca."

A autoridade da censura está em razão da autoridade moral daquele que a pronuncia.
Não há autoridade sem dar exemplo!

“Sede Indulgente, porque o mérito do perdão é proporcional a gravidade do mal.”

“Se vós vos dizeis espíritas, sede-o pois, olvidai o mal que se vos pôde fazer, e não pensai senão uma coisa: o bem que pode realizar.”

Não há um mal a ser combatido e sim um bem a ser construído!

“Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo”

Corroborando com este ensinamento do Evangelho Segundo o Espiritismo:

“Não possuímos nossa memória integral do passado e nem sabemos o que nos ocorrerá no futuro... Quem terá sido o nosso desafeto no pretérito? alguém que ajudamos ou ferimos? Quem será para nós no porvir? Nossa mãe ou nossa filha? Não condene! O ódio é como incêndio que tudo consome, mas o amor sabe como apagar o fogo e reconstruir. Segundo a lei, o bem neutraliza o mal.” 
(André Luíz - Nos Domínios da Mediunidade)

“Pagarás pelo mal que fez e pelo bem que não fez.”

O pai não espera de nós apenas que não façamos o mal, cuidar de si mesmo, os animais irracionais também o fazem, o pai espera de nós uma ação fraterna para com todos, fazendo o bem sem olhar a quem, dando de nós tudo o que existe de bom.

“O verdadeiro perdão, o perdão Cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado, o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, bem mais que pelas palavras.”

O perdão para ser completo necessita que, através dos nossos atos, haja uma transmutação dos sentimentos malévolos em sentimentos benéficos, de afinidade, lembremos o que disse o mestre:

“Se alguém te ferir a face esquerda, oferece a direita, se te pedir para andar uma milha, anda mais duas...” Ou seja, além de desculpar a ofensa, fazer deste desafeto um irmão".

“A verdadeira Indulgência, procura ao máximo, ser branda para com as faltas dos outros, toda a severidade deve estar sobre nossas próprias ações.”

A evolução é de nossa inteira responsabilidade, por isso, muito importante termos uma boa autocrítica, para corrigir nossas próprias faltas, a fim de conquistarmos nossa evolução espiritual.

“Sede indulgentes, meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, reergue, ao passo que o rigor desencoraja, afasta e irrita.”

Não basta apenas pedir perdão a Deus por nossas faltas, é necessário somar a reparação (rearmonização) ao arrependimento.

"Está na hora de valorizarmos o lado bom das pessoas e esquecer os que, possivelmente achamos que são ruins".
(Francisco Cândido Xavier)

 

4ª Lei – A Lei da Justiça
Para um melhor entendimento desta Lei, dividirei o assunto em duas partes:
- LEI da Reencarnação;
- LEI de Ação e Reação;

Lei da Reencarnação:

10. Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?
11. Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas;
12. Digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles.
13. Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista.
(Mateus:17)

Livro dos espíritos, item 166:
Como pode a alma que não alcançou a perfeição, durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?
“Sofrendo as provas de uma nova existência”

Livro dos espíritos, item 167:
Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem isto, onde há justiça?”

Podemos observar através destas passagens que, não existe um inferno eterno, tão pouco apenas uma chance para que o Espírito alcance a perfeição, então, o Pai, que é todo amor, todo bondade, nos concede estágios na carne para que possamos aperfeiçoar nosso espírito e nisso consiste também a justiça Divina, que nos permite sempre recomeçar, sem o peso do remorso, que nos prejudicaria muito no caminho.
O homem se sentindo culpado pelos erros que cometeu, apenas teria tempo para a auto piedade, por isso é necessário que se lance um véu sobre o passado, para que com o tempo o homem descubra que não é a auto punição que repara o mal, mas a modificação de nossas atitudes, mudança de postura com relação à criação, com relação ao próximo e sintonizar definitivamente com os objetivos do Pai Criador.

“- Deus fez o homem o menos possível, para que ele mesmo se faça o máximo possível!”

E o Mestre nos ensina novamente em João:3,3-10

“Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”

4. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
5. Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
6. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
7. Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.
8. O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
9. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode ser isto?
10. Respondeu-lhe Jesus: Tu és mestre em Israel, e não entendes estas coisas?

Em um sentido alegóricos podemos interpretar as palavras do Mestre como sendo a morte do velho homem, para que um novo nasça, moralmente renovado.
Mas também pode ser a água como o corpo físico e o espírito a essência, sendo assim mais uma vez temos a reencarnação. O homem que renasce adquire nova oportunidade de melhorar, assumindo nova personalidade na face do mundo, onde pode enriquecer o Espírito com novas experiências.
Depois o mestre diz que o que nasce da Carne é Carne, referindo-se a hereditariedade, o que nasce do espírito é espírito, provém das reencarnações passadas.
O espírito sopra onde quer, ou seja, se manifesta nas mais variadas dimensões da vida, ninguém sabe de onde veio, última reencarnação, nem sabe para onde vai, a próxima reencarnação.


5ª Lei – A Lei de Causa e Efeito – Ação e reação
“Porque o filho do homem virá na glória de seu Pai, em companhia dos seus anjos, e retribuirá a cada um segundo suas obras”
(Mateus:16,27)

8. Sabendo que cada um, seja escravo, seja livre, receberá do Senhor todo bem que fizer.
(Efésios:6)

Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus,
6. Que retribuirá a cada um segundo as suas obras;
7. A saber: a vida eterna aos que, com perseverança em favor o bem, procuram glória, e honra e incorrupção;
8. mas ira e indignação aos que são contenciosos, e desobedientes à iniqüidade;
9. tribulação e angústia sobre a alma de todo homem que pratica o mal, primeiramente do judeu, e também do grego;
10. glória, porém, e honra e paz a todo aquele que pratica o bem, primeiramente ao judeu, e também ao grego;
11. pois para com Deus não há acepção de pessoas. (A LEI é igual para todos)
(Romanos: 2)

2. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.
3. Pois, se alguém pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo.
4. Mas prove cada um a sua própria obra, e então terá motivo de glória somente em si mesmo, e não em outrem; (Realização interna)
5. Porque cada qual levará o seu próprio fardo.
6. E o que está sendo instruído na palavra, faça participante em todas as boas coisas aquele que o instrui. (O Evangelho)
7. Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará.
8. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.
9. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.
10. Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.
(Gálatas: 6)

Temos acima algumas passagens que enunciam a Lei de Ação e reação, que disciplina as ações de todos os seres do Universo, aquele que faz o bem, recebe o bem, aquele que gera a desarmonia, receberá desarmonia.
Há que entender que a Lei de Ação e Reação não é uma lei draconiana, que não sabe enxergar as modificações de padrão comportamental, mudança de atos, que podem tanto amenizar, como também agravar as reações de nossas faltas.
Por exemplo, um homem que cortou a cabeça de seu irmão em uma encarnação anterior, não necessariamente perderá a sua cabeça, uma vez que modificado, pratique boas obras e demonstre através de seus atos, um arrependimento verdadeiro e uma ação tenaz com o intuito de reparar a ação negativa do passado, a Lei não pune, simplesmente corrige. O Amor cobre a multidão de pecados!
Tendo o conhecimento desta Lei, podemos compreender que a responsabilidade de todos os acontecimentos recai sobre nós, pois tudo o que acontece de bom ou ruim em nossas existências, é mérito ou corrigenda, do bem ou do mal, que geramos no passado, salvo quando pelo nosso livre arbítrio provocamos através de nossas ações, reações correspondentes no presente.
O mais importante é termos a certeza, que no caminho com o Cristo, erguendo a bandeira da Caridade, do amor ao semelhante, não precisamos nos preocupar com o futuro, o processo de auto-realização iniciou-se a partir deste momento e só depende de nós mesmos chegar ao objetivo (a união mística e total com o pai) mais rapidamente.
Está sob nossa responsabilidade a construção de nossos destinos, pois a cada um será dado conforme suas obras, a bondade e o amor de DEUS fluem incessantemente, mas o tamanho do recipiente, ou seja, a nossa capacidade de recepção, que se alarga conforme nos sintonizamos na faixa Crística, com nossas ações, é que determinarão, o quanto poderemos receber deste rio infinito que se chama AMOR, DEUS!


Pesquisa realizada por Leandro Brancher de Oliveira



Referências:
1 - O Evangelho
2 - Allan Kardec – O Livro dos Espíritos
3 - Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo
4 - André Luiz – Nos domínios da Mediunidade
5 - Emmanuel – Pão Nosso
6 - Ramatís – O Evangelho à Luz do Cosmo
7 - Humberto Rodhen – Sabedoria das Parábolas

8 - Carlos Torres Pastorino – Sabedoria do Evangelho

Umbanda é Fundamentada no Evangelho de Jesus Cristo


A UMBANDA E O EVANGELHO DE JESUS

A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos guias e protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Encontramos no terreiro da verdadeira Umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

A Umbanda convida o homem a se transformar. Assim sendo, o consulente recebe esclarecimento sobre sua real condição de espírito imortal, ou seja, é levado a entender que é o único responsável pelas próprias escolhas, e que deve procurar progredir na escala evolutiva da vida, superando a si mesmo. Mas para transformar- se é preciso estar pronto para compreender as energias que serão manipuladas, porque elas trabalham com o ritmo interno. Ouvir a intuição é, portanto, ouvir a si próprio; é saber utilizar os recursos necessários que estão disponíveis para efetuar a mudança do estado de consciência.

Por isso, transformar significa reverter o apego em desapego, as faltas em fartura, a ingratidão e o ressentimento em perdão.. É não revidar o mal, mas sempre praticar o bem.

Dar sem esperar reconhecimento ou gratidão. A beleza da vida está justamente na “individualidade” , no ser único, criado por Deus para amar. E este ser único está ligado à coletividade pelos laços do coração e da evolução, a fim de aprender a compartilhar, respeitar, educar e ser feliz.

Somos o somatório dos nossos atos de ontem: por ter cometido inúmeros excessos, estamos conhecendo a escassez, ou melhor, sempre atuamos à margem, não conseguindo nos equilibrar no caminho reto, pois o processo de evolução é lento, não dá saltos, respeita o livre arbítrio, o grau de consciência e o merecimento de cada um.

A Umbanda pratica o Jesus consolador, e, silenciosamente, vai evangelizando pelo Brasil afora, levando Suas máximas: “A água mais límpida é a que corre no centro do rio, pois as margens sempre contêm impurezas”. “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo”, pois Ele nos envia o Seu amor incondicional, que não impõe condições, porque não julga, não cobra, apenas Se doa e espera pelo nosso despertar para as verdades espirituais, para o homem de bem que existe dentro de cada um de nós.

Quando Jesus se aproximou de João Batista, que, com os joelhos encobertos pela água do Rio Jordão, mais uma vez falava do Messias, ao olharem-se um ao outro, uma força poderosa instalou-se sobre todos os circunstantes. Jesus então aproximou-Se de João Batista, e este ajoelhou-se aos pés do cordeiro de Cristo. Mansamente Ele o levantou e agachou-Se sinalizando para que João O batizasse. Nesse instante único, vibraram intensamente sobre Jesus, no centro do seu chacra coronário, o Cristo Cósmico e todos os Orixás. Foi preciso que o Messias fosse “iniciado” por um mestre do amor na Terra, para que se completasse Sua união com o Pai, e ambos fossem um. Esse é um dos quadros históricos mais expressivos e simbólicos que avalizam os amacis na Umbanda.

Texto extraído do livro “Umbanda Pé no Chão – Um guia de estudos orientados pelo espírito Ramatís (Editora Conhecimento)