A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos Guias, Mentores e Protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Em Nossa Fraternidade de Umbanda as entidades trabalham com humildade, de forma serena, caritativa, gratuita e respeitando sempre o livre arbítrio; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.


Só nos sentiremos seguros, tranquilos e em paz se estivermos com Jesus, nos lembrando de seus ensinamentos e principalmente colocando-os em prática na nossa vida, no nosso dia a dia. Cristo nos ensinou o que é o amor vivenciado em sua plenitude, demonstrando o amor incondicional. Ainda somos espíritos imperfeitos e estamos longe de praticarmos o amor e a caridade como nosso Divino Mestre, porém, Ele nos deixou um guia para seguirmos, ou seja, deixou-nos o Evangelho com seus princípios de moral e amor. Enquanto não aprendermos a praticar os ensinamentos do Cristo haverá muita dor e sofrimento. O que nos impede de seguirmos verdadeiramente os exemplos de Jesus é o orgulho que ainda impera muitas vezes disfarçado. Sejamos humildes, buscando auxiliar, trazendo esperança àqueles que padecem de dores maiores do que as nossas. E mais: lembremo-nos de que todo aquele que busca aliviar a dor do próximo, na verdade está aliviando as próprias dores. Todo bem que fizermos ao próximo é a nós mesmos que estamos fazendo. Assim, vivamos com Jesus em nossas vidas e só teremos motivos para alegria e paz em nossos corações. Salve Umbanda de Jesus Cristo!


Irmãos da FUJC

terça-feira, 5 de abril de 2016

Incorporação Inconsciente


Dentro da religião Umbanda, o transe mediúnico de incorporação, chamado daqui em diante apenas de incorporação, é classificado em três tipos: consciente, semiconsciente e inconsciente. Não abordaremos a tese de que a incorporação consciente é apenas irradiação. Este tema não se relaciona com a tese aqui abordada. O tema deste texto é a estabelecer um ponto de vista diferente sobre o fenômeno da incorporação e a quantidade de lembrança que o médium possui ao final dela.
Entendemos que a classificação das incorporações acima descritas não guarda relação com a capacidade do médium em agir sobre seu corpo e sim, com a capacidade que o mesmo possui de lembrar dos fatos ocorridos durante a própria incorporação. A tese reinante sobre este assunto está relacionada com a capacidade de uso do corpo com movimentos voluntários. Contudo, ousamos dizer que esta classificação não está, no seu todo, correta.
Será que o médium inconsciente não lembra da incorporação ou não está ali presente?
Esta é uma pergunta interessante. Vemos constantemente médiuns conscientes reclamarem que gostariam de ser inconscientes e os poucos médiuns inconscientes que conhecemos hoje em dia se vangloriam de sua condição afirmando que não interferem em nada nas mensagens porque não estão ali. Contudo, verificamos durante as giras que mesmo os médiuns “inconscientes” manifestam muito de si mesmo durante as incorporações.
Os trejeitos, as formas de pensar sobre as coisas, as risadas e diversos outras características que sabemos ser do médium. É fácil notar a presença do médium inconsciente durante a incorporação e isto, não é um problema ou um demérito. Outro fato que reforça a presença do médium inconsciente são suas sensações pós incorporação. Se estes médiuns não estivessem ali durante a incorporação, ou seja, se suas almas ficassem vagando pelo mundo espiritual ou mesmo dormindo ao lado do corpo, não haveria sentido afirmarem que estão se sentindo pesados ou até mesmo leves.
A alma acompanha o corpo ou acompanha a alma?
Se acompanha o corpo as entidades não poderiam ter uma. Se acompanha a alma, seria levada embora no momento da desincorporação. Desta forma, é fácil notar que, se o médium sente o peso ou a leveza, algo fora mudado em sua estrutura e, para que isto ocorra, é necessária sua presença. Eliminamos aqui a análise das dores musculares provenientes do esforço físico. Verificando, durante as incorporações, que existe a presença do médium inconsciente e verificando que médiuns inconscientes afirmam que não se lembram de nada, podemos constatar que a diferença entre um médium consciente, inconsciente e semiconsciente não é sua capacidade de movimentar seu corpo como bem entender e sim, sua capacidade de lembrar dos fatos quando estava incorporado.
Não é esta a afirmação dos médiuns inconscientes? Não lembrar de nada? Ora, se esta é a única constatação que podemos ter porque concluímos que eles ali não estavam? Não seria isto um mito criado? Você, leitor, lembra-se de todos os seus sonhos?
Obviamente, não. Porém, não concluímos que você não sonhou ou que não estava no sonho. Concluímos apenas que não se lembra. O sonâmbulo também não se lembra do que fez e nem por isso deixa de estar presente no momento do sonambulismo.
Não lembrar e não fazer parte do processo são conceitos totalmente diferentes.
As incorporações assemelham-se aos sonhos e seu esquecimento pode ter as mesmas causas, já que se relacionam com os mesmos fatos que causam o esquecimento de qualquer ser humano em seu estado de vigília (acordado). Não é exatamente isto o que alegam os médiuns semiconscientes? Que parecem que estão em um sonho e, como em muitos sonhos, não conseguimos controlar nosso corpo como gostaríamos?


Quem nunca sonhou que não conseguia correr, que não conseguia se levantar, que não conseguia mover as pernas ou os braços? Suponho dizer que todos nós já sonhamos com estes fatos e, nem por isso, dizemos que não estávamos presentes por completo nos sonhos. É fácil lembrar dos sonhos? Não. Somente quem dá importância aos sonhos tem lembranças mais frequentes dos mesmos.
Quem não dá a menor importância aos sonhos raramente se lembra de algo. É fato que, aquele passa a se dedicar a estudar o conteúdo dos sonhos, começa automaticamente a lembrar-se melhor de seus sonhos. Sabemos que todos os seres humanos sonham em todas as noites. Sabemos que até mesmos os animais sonham. Sabemos também que a lembrança dos sonhos é mais vívida na parte da manhã em especial quando acabamos de acordar e, ao longo do dia, esta memória vai se perdendo. Sabemos também que não nos lembramos do sonho por completo. Apenas fragmentos ou impressões desconexas. Não é isto o que relatam os médiuns semiconscientes ou até mesmo os inconscientes em alguns momentos?
Afirmamos, assim, que todos os médiuns estão ali presentes durante a incorporação. Seja o consciente, o inconsciente e o semiconsciente. A diferença é que o médium consciente se lembra de tudo, o semiconsciente lembra-se de pouco e o inconsciente não se lembra de nada. Isto não é mais lógico do que acreditar que o médium se encontra em algum lugar vagando ou dormindo. Qual a lógica desta constatação?
Por que um médium seria colocado de lado para não participar da incorporação?
Que defeitos ele apresenta para não ser capaz sequer de estar presente se até mesmo o médium iniciante e o cambone ali estão ao lado dele?
Por favor, não venham com a história de que o médium vai para locais de estudo e trabalho espiritual. Para isto, temos oito horas seguidas de sono todas as noites e nada justifica ter que levá-lo da gira, tendo em vista que ali é o local mais ativo energeticamente e o local em que o médium se faz mais necessário naquele momento.
Qual o sentido de se levar uma pessoa do local em que está ocorrendo um enorme atendimento espiritual com lições valiosíssimas para a vida das pessoas envolvidas? Existe aprendizado maior do que este? Para fechar este raciocínio hermeticamente pergunto: “O bêbado que não se lembra do que fez também não estava ali”? O bêbado estava também em um estado alterado de consciência como é a incorporação.
A capacidade de nosso cérebro em guardar informação é limitada. Não podemos armazenar tudo o que se passa no mundo. O cérebro seleciona o que é mais importante e também aquilo que se repete constantemente. É de conhecimento comum também que informações desconexas são muito difíceis de guardar em comparação com as informações ordenadas. Um poema sem sentido é muito mais complicado de se memorizar do que um poema ordenado. Uma música com um refrão repetitivo é mais fácil de ser memorizada do que uma música sem refrão.
O médium incorporado está em transe e assim, em um estado alterado de consciência. Se a consciência está alterada, os fatos não se sucedem como no estado de consciência comum. Isto é óbvio, mas é preciso frisar. Se a consciência está alterada não podemos dizer que está em seu estado comum. Logo, os fatos apreendidos pelo indivíduo que se encontra em um estado alterado de consciência (transe mediúnico) são captados pelo cérebro de forma diferente. Isto também é óbvio. Imagine uma pessoa alcoolizada. Ela não está captando as informações que se sucedem com ela da mesma forma que você que está ali sóbrio ao lado. Além da falta de controle do corpo, existe o esquecimento de certos fatos ou de todos os fatos. Dependo do tamanho do “pileque” que a pessoa se encontra. Portanto, quando ouvir ou disser que não se lembra de nada do que aconteceu durante a gira, tenha em mente que foi apenas isso. Nunca afirme mais do que isso, pois, se você não se lembra não pode dizer que não estava ali. Se disser que não estava ali é porque se lembra.
Certamente, a divulgação deste texto irá mudar as histórias contadas pelos pseudoinconscientes que passarão a dizer que passaram a se ver flutuando sobre seu corpo e vendo o guia atuando por meio dele. Também surgirão inúmeras histórias destes mesmos médiuns pseudoinconscientes dizendo que permanece no local andando pelo terreiro colhendo informações e sabedoria. Não precisamos de pseudoqualquercoisa. Precisamos de médiuns, sejam eles conscientes, semi ou inconscientes.
Saravá a todos!

Por Adérito Simões.

Um comentário:

  1. Meu deus, esse autor merece um prêmio!!!
    Todo médium iniciante deveria ler esse texto.
    Utilidade pública!!!!!
    Sofri anos me achando diferente. Q eur tinha problemas, o q acontece é que o povo prefere mistificar para se sentirem poderosos.

    Por mais umbandistas esclarecidos, por uma umbanda racional

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Umbanda é Fundamentada no Evangelho de Jesus Cristo


A UMBANDA E O EVANGELHO DE JESUS

A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos guias e protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Encontramos no terreiro da verdadeira Umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

A Umbanda convida o homem a se transformar. Assim sendo, o consulente recebe esclarecimento sobre sua real condição de espírito imortal, ou seja, é levado a entender que é o único responsável pelas próprias escolhas, e que deve procurar progredir na escala evolutiva da vida, superando a si mesmo. Mas para transformar- se é preciso estar pronto para compreender as energias que serão manipuladas, porque elas trabalham com o ritmo interno. Ouvir a intuição é, portanto, ouvir a si próprio; é saber utilizar os recursos necessários que estão disponíveis para efetuar a mudança do estado de consciência.

Por isso, transformar significa reverter o apego em desapego, as faltas em fartura, a ingratidão e o ressentimento em perdão.. É não revidar o mal, mas sempre praticar o bem.

Dar sem esperar reconhecimento ou gratidão. A beleza da vida está justamente na “individualidade” , no ser único, criado por Deus para amar. E este ser único está ligado à coletividade pelos laços do coração e da evolução, a fim de aprender a compartilhar, respeitar, educar e ser feliz.

Somos o somatório dos nossos atos de ontem: por ter cometido inúmeros excessos, estamos conhecendo a escassez, ou melhor, sempre atuamos à margem, não conseguindo nos equilibrar no caminho reto, pois o processo de evolução é lento, não dá saltos, respeita o livre arbítrio, o grau de consciência e o merecimento de cada um.

A Umbanda pratica o Jesus consolador, e, silenciosamente, vai evangelizando pelo Brasil afora, levando Suas máximas: “A água mais límpida é a que corre no centro do rio, pois as margens sempre contêm impurezas”. “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo”, pois Ele nos envia o Seu amor incondicional, que não impõe condições, porque não julga, não cobra, apenas Se doa e espera pelo nosso despertar para as verdades espirituais, para o homem de bem que existe dentro de cada um de nós.

Quando Jesus se aproximou de João Batista, que, com os joelhos encobertos pela água do Rio Jordão, mais uma vez falava do Messias, ao olharem-se um ao outro, uma força poderosa instalou-se sobre todos os circunstantes. Jesus então aproximou-Se de João Batista, e este ajoelhou-se aos pés do cordeiro de Cristo. Mansamente Ele o levantou e agachou-Se sinalizando para que João O batizasse. Nesse instante único, vibraram intensamente sobre Jesus, no centro do seu chacra coronário, o Cristo Cósmico e todos os Orixás. Foi preciso que o Messias fosse “iniciado” por um mestre do amor na Terra, para que se completasse Sua união com o Pai, e ambos fossem um. Esse é um dos quadros históricos mais expressivos e simbólicos que avalizam os amacis na Umbanda.

Texto extraído do livro “Umbanda Pé no Chão – Um guia de estudos orientados pelo espírito Ramatís (Editora Conhecimento)