A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos Guias, Mentores e Protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Em Nossa Fraternidade de Umbanda as entidades trabalham com humildade, de forma serena, caritativa, gratuita e respeitando sempre o livre arbítrio; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.


Só nos sentiremos seguros, tranquilos e em paz se estivermos com Jesus, nos lembrando de seus ensinamentos e principalmente colocando-os em prática na nossa vida, no nosso dia a dia. Cristo nos ensinou o que é o amor vivenciado em sua plenitude, demonstrando o amor incondicional. Ainda somos espíritos imperfeitos e estamos longe de praticarmos o amor e a caridade como nosso Divino Mestre, porém, Ele nos deixou um guia para seguirmos, ou seja, deixou-nos o Evangelho com seus princípios de moral e amor. Enquanto não aprendermos a praticar os ensinamentos do Cristo haverá muita dor e sofrimento. O que nos impede de seguirmos verdadeiramente os exemplos de Jesus é o orgulho que ainda impera muitas vezes disfarçado. Sejamos humildes, buscando auxiliar, trazendo esperança àqueles que padecem de dores maiores do que as nossas. E mais: lembremo-nos de que todo aquele que busca aliviar a dor do próximo, na verdade está aliviando as próprias dores. Todo bem que fizermos ao próximo é a nós mesmos que estamos fazendo. Assim, vivamos com Jesus em nossas vidas e só teremos motivos para alegria e paz em nossos corações. Salve Umbanda de Jesus Cristo!


Irmãos da FUJC

domingo, 3 de abril de 2016

Leis Cósmicas do Evangelho - Leis de Deus


 "O Evangelho relatando a experiência vivida integralmente por Jesus, em 33 anos de sua vida física, é para mostrar a todos as leis que governam e disciplinam o Universo.
É um compêndio humano a expor os objetivos de Deus na Sua Criação, um tratado perfeito de bem viver, que pode orientar em qualquer época qualquer tipo humano, em qualquer longitude terrestre ou astronômica.
O Evangelho por tanto, é o “Caminho da Evolução indicada pelo Criador à criatura, constituindo-se numa fonte íntima de libertação do Deus em nós. Os preceitos morais expostos por Jesus refletem, também, os princípios do próprio Universo.
A Sua vida no cenário do mundo físico é a condensação das leis definitivas que regem o cosmo."
Ramatis – Evangelho sob à Luz do Cosmo.

Após as palavras sublimes de Ramatís, farei algumas considerações sobre as Leis Cósmicas do Evangelho, tão grandiosas que acredito que em algumas delas, no atual processo evolutivo da humanidade terrena, não temos condições de compreender em sua plenitude, farei algumas elucidações a respeito das lições sublimes e eternas que o Mestre nos transmitiu a dois mil anos atrás.

 

1ª Lei – A Lei do Amor, a Lei MAIOR!
“Amarás ao senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, Este é o maior e o primeiro mandamento”
“Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”
"Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas."
(Mateus, XXII: 34-40).

“E assim tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles. Porque esta é a Lei e os profetas”
(Mateus, 7:12)

“Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem".
(Lucas, 6:31)


O que nos diz o Evangelho segundo o Espiritismo a respeito desta Lei Cósmica?
"A Lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue as misérias sociais".
(Lázaro, O Evangelho Segundo o Espiritismo)

O que podemos dizer a respeito do ensinamento de Lázaro é que a Lei do Amor se praticada em sua plenitude, torna a humanidade um único ser, não no sentido de que nos transformaríamos todos em apenas um ser físico, mas do ponto de vista social, onde nos preocuparíamos com o bem estar de todos, como irmãos, nada faltaria a ninguém, nem o pão, nem o ombro amigo.
O amor cresce com a moralidade e a inteligência, e embora frequentemente comprimido pelo egoísmo, é a fonte das santas e doces virtudes que constituem as afeições sinceras e duradouras.

"Para praticar a Lei do Amor, como Deus a quer, é necessário que chegueis a amar, pouco a pouco indistintamente, a todos os vossos irmãos".
"Os efeitos da lei do amor são o aperfeiçoamento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrena".
"João Evangelista no leito de morte dizia: “Meus filinhos, amai-vos uns aos outros”.
(Fénelon, Bordeaux, 1.861, O Evangelho Segundo o Espiritismo) 

O amor, sendo o estágio mais avançado da evolução, só será alcançada através do avanço moral e intelectual, o amor a que o Mestre nos convida é o amor incondicional, feito que estamos muito longe de alcançar, amar a todos indistintamente é obra dos milênios, se utilizados com muito esforço e dedicação na seara do bem, pois apenas assistindo o próximo é que aprenderemos a amá-los.
Deus é amor supremo, por isso acredito que o objetivo  seja que todos os seres vibrem em harmonia constante no cosmo, algo que só acontecerá quando chegarmos ao topo da marcha evolutiva.

"Quem ama o próximo como a si mesmo, honra o seu pai e a sua mãe, não mata, não comete adultério, não levanta falso testemunho, e não cobiça coisa alguma de quem quer que seja."
(Eliseu Rigonatti, O Evangelho dos Humildes)

Acredito que a única maneira de amar a Deus é amando o nosso próximo, entregando-se de corpo e alma no serviço ao semelhante.

 

2ª Lei - A Lei da Caridade
“E estando Jesus assentado defronte donde era o gazofilácio, observava ele de que modo deitava o povo o dinheiro; e muitos, que eram ricos, deitavam com mão larga. E tendo chegado uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, que importavam um real. E convocando seus discípulos, lhes disse: Na verdade voz digo, que mais deitou esta pobre viúva do que todos os outro que deitaram no gazofilácio. Porque todos os outros deitaram do que tinham na sua abundância; porém esta deitou da sua mesma indulgência tudo o que tinha, e tudo que lhe restava para o seu sustento.”
(Marcos, XII: 41-44 – Lucas, XXI: 1-4)

“A verdadeira caridade faz antes pensar nos outros que em si mesmo”
“O óbolo do pobre, que tira de sua própria privação, pesa mais na balança de Deus que o ouro do rico, que dá sem privar-se de nada.”
(Evangelho Segundo o Espiritismo)

Para Deus não importa quanto ouro se tem e sim o amor que se tem pelo próximo, dar de sua indulgência significa dar algo de si mesmo, algo que venha de dentro, que venha do coração.
A viúva dando tudo que tinha além de demonstrar grande amor pelo próximo também demonstra sua grande fé, porque confia na providência divina que tudo provê. “Se Deus veste um simples lírio com tanta beleza” o que dizer do que a providência pode fazer em nosso favor? São necessárias a confiança, a fé e um grande amor ao próximo para praticar a caridade em toda sua plenitude.
Segundo Carlos Torres Pastorino na obra (Sabedoria do Evangelho) que os ricos que deitavam o dinheiro nogazofiácio trocavam moedas de alto valor por moedas de menor valor, isso aumentava a quantidade de moedas que ao serem despejadas faziam maior barulho chamando a atenção dos que estavam em volta. A meu ver mais uma faceta da vaidade a conta de caridade, no fundo todos queriam mostrar-se abastados e caridosos, no entanto a viúva que deu de seu sustento soube praticar a caridade com o verdadeiro sentimento de amor por seu irmão e grande confiança no pai.
A viúva deu o que tinha, então certamente renunciou alguma coisa para que pudesse dar aquelas moedas, importante saber renunciar.
O Ensinamento também nos remete a uma mudança em nossa escala de valores, parando assim de analisar superficialmente as situações que ocorrem a nossa frente. Porque naquele momento em que a viúva deitava suas moedas, todos olharam com desdém, apenas o mestre que enxerga muito além das aparências compreendeu a atitude de renúncia daquela mulher.
Valorizar mais o que as pessoas tem de bom, o que está em seus corações, seus sentimentos e não aquilo que possuem na terra, os bens perecíveis dos quais nada levamos, nem o corpo nos pertence, tudo é empréstimo do pai, que nos concede a graça do esquecimento através da vida corpórea para que possamos nos recuperar espiritualmente o mais rápido possível, sem o peso do remorso das faltas cometidas no passado.

“Quando derdes um jantar ou alguma ceia, não chames nem teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos que forem ricos, para que não aconteça que também eles te convidem à sua vez, e te paguem com isso; mas quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos, e serás bem aventurado, porque estes não tem como te retribuir; mas ser-te-á isso retribuído na ressurreição dos justos. Tendo ouvido essas coisas, um dos que estavam na mesa disse para Jesus: “Bem aventurado o que comer o pão no Reino de Deus.”
(Lucas XIV: 12-15).

Jesus nos fala claramente que devemos fazer o bem sem esperar retribuição, a verdadeira retribuição segundo Humberto Rodhen é a auto-realização de si mesmo, descobrir que quem dá com alegria é rico, quem precisa receber é um miserável. A participação na abundância quer dizer, na abundância que cada um desfruta, se eu estou na abundância de carinho, devo servir o banquete do carinho, se estou na abundância do afeto, devo dividir com os meus irmãos esta abundância e do ponto de vista material se tenho em abundância, por que não dividir com o meu irmão mais necessitado?
A caridade pode ser material ou moral. Nos diz o Evangelho Segundo o Espiritismo que a caridade moral consiste em voz suportardes uns aos outros. (Tolerância), acredito que seja o que estamos mais habilitados a fazer, enquanto não conseguirmos vislumbrar a Lei Suprema!
Nos diz também que não se incomodar com as faltas alheias é caridade moral.

"A caridade pode ser feita em pensamento, em palavras e em ações. Em pensamento, orando pelos pobres abandonados, em palavras dirigindo aos vossos companheiros alguns conselhos".
(Um espírito protetor, Evangelho Segundo o Espiritismo) 

“É na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida”.
(Adolfo, Bispo de Alger, Bordeaux, 1861, Evangelho Segundo o Espiritismo)

É muito importante compreender o mecanismo da LEI, São Francisco já nos ensinou em sua oração que “é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado”. Antes de colocarmos água em um recipiente, não temos que abri-lo afim de que o liquido entre? Pois então, para que possamos receber é necessário abrir os nossos corações e fazermos aos outros aquilo que gostaríamos que nos fosse feito, sendo assim, perdoar, auxiliar...
O pensamento é força radiante, emitimos para todo o universo algo de nós, com uma determinada freqüência, com um determinado comprimento de onda, projetamos algo de dentro, esta projeção encontrará inevitavelmente ondas semelhantes, que se afinam com a nossa, nos devolvendo centuplicado aquilo que exteriorizamos. Portanto é dentro de nós que descobriremos o reino de Deus, pois se aprendermos a emitir apenas pensamentos de amor e caridade, receberemos isso centuplicado e viveremos o Reino de Deus na face da terra.
Não importa em qual dimensão estamos, pode ser física, astral, mental... O Reino de Deus é dentro de nós!

“Sem Caridade, nada de esperar uma sorte melhor, nenhum interesse moral que nos guie; sem a caridade, nada de fé, pois a fé não é mais do que um raio de luz puro, que faz brilhar uma alma caridosa”
“Não há alegria espiritual que ela não proporcione desde a vida presente”
(São Vicente de Paulo, O Evangelho Segundo o Espiritsmo)

Segundo Humberto Rodhen, Fé é uma palavra oriunda de Fidelidade, significa estar sempre em sintonia, e para estar sempre em sintonia com o Pai é necessário a ação no bem. Esta ação no bem não pode ser uma obrigação, O servir deve ser realizado pelo prazer de servir, jamais algo imposto.
Afirma também que não há alegria espiritual que ela não proporcione desde esta vida, isso se confirma se pensarmos que quando na prática da caridade, nossas companhias espirituais são do mesmo interesse, lei de sintonia, portanto na prática da caridade melhoramos nosso padrão vibratório o que nos torna menos acessíveis a nossos desafetos ao passo que nos aproximamos dos mensageiros do alto que nos guiam na tarefa sublime da caridade.

“Levantando-se um doutor da lei experimentou-o, dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? como lês tu? Respondeu ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda a sua alma, de toda a tua força e de todo o teu entendimento e ao próximo como a ti mesmo. Replicou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isso e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Prosseguindo Jesus disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó; e caiu nas mãos de salteadores que, depois de o despirem e espancarem, se retiraram, deixando-o meio morto.
Por uma coincidência descia por aquele caminho um sacerdote; e quando o viu, passou de largo. Do mesmo modo também um levita, chegando ao lugar e vendo-o, passou de largo. Um samaritano, porém, que ia de viagem, aproximou-se do homem, e, vendo-o teve compaixão dele; e chegando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre seu animal, levou-o para uma hospedaria e tratou-o. No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse: Trata-o, e quanto gastares de mais, na volta to pagarei.
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe Jesus: Vai e faze tu o mesmo.”         
(Lucas, X, 25-37) 

Aqui, Jesus nos convida a prática da caridade sem perguntar cor, raça, sexo, religião, porque não afirma se o homem que estava jogado ao chão era um pagão ou um sacerdote, simplesmente um homem!
Quer dizer também que aquele que ajuda não precisa ser necessariamente um sacerdote, um representante de alguma religião, precisa ser uma Alma vigilante! Um bom samaritano.
Veja que o samaritano derramou sobre as chagas o óleo (balsamo de conforto e consolação) e o vinho espiritual das palavras reveladoras do Mestre, (este é o meu sangue), e também o levou a um lugar onde ele pudesse recuperar-se dos vícios, e poder assim recomeçar, fortalecido no caminho, aprendendo a evitar os (ladrões e salteadores) que são os gozos e as paixões traiçoeiras, para chegar salvo ao fim da Jornada.
Podemos observar como praticar a caridade por completo não é tarefa simples, deve acompanhar todo o processo de reequilíbrio do próximo, que é toda e qualquer criatura existente no Universo.
É necessário que o auxílio seja completo, desde reerguer o irmão que caiu até colocá-lo novamente na senda evolutiva, mais forte, renovado em seus pensamentos, isso pode ser feito através da porta amiga da reencarnação, ou pelo próprio servir seja onde for que esteja, pode ser em hospitais, postos de socorro no astral ou em cidades no astral, como fez André Luiz, logo após seu estagio nas regiões de esgotamento de resíduos mentais (Umbral), iniciou sua tarefa de auxílio na prática da caridade.

Se fosse feita uma esquematização da parábola, em meu entendimento ficaria da seguinte forma:
1º - Acolhimento fraterno.                                                                   
2º - Tratamento, (Óleo e vinho), curando as chagas do sofrimento.
3º - Encaminhamento para algum lugar de reconforto, onde possa ouvir esclarecimentos e reerguer-se tanto físico (Astral) como moralmente. Como diz na parábola (sobre o cavalo o levou).
4º - Logo após o retorno da criatura a senda evolutiva.

É preciso ter o cuidado de não nos tornarmos os novos sacerdotes do século XXI, copiando aqueles que muito têm no cérebro, mas quase nada no coração, que não sejamos mais como os sacerdotes que pregam, conhecem a lei, mas não conseguem estender a mão para os seus irmãos caídos à beira da estrada. Sejamos instruídos sim, é da Lei que o espírito progrida intelectualmente, mas também sejamos simples de coração, a ponto de não passarmos reto pelo amigo viciado que nos olha como um cão acuado pelas ruas, ou então, que não falemos mal do cobrador de ônibus que por estar cansado, enganou-se na contagem do troco, não nos encolerizemos com o irmão que com muita pressa, talvez em emergência familiar passa em alta velocidade pelo sinal vermelho.
Não podemos dar o que não temos, uma vez que não conseguimos no mundo material, no trato com os nossos irmãos sermos caridosos, tão pouco seremos na casa espírita, se a nossa aura estiver impregnada com os charcos da cólera, do sensualismo, do ódio. Assim sendo como conseguiremos mobilizar as fibras dos corações aflitos que procuram amparo no ambiente espírita?


3ª Lei – A Lei do Perdão
“Bem aventurados os misericordiosos porque eles alcançaram a misericórdia.”

“Se perdoardes aos homens as ofensas que vos fazem, também vosso pai celestial vos perdoará vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados”

“Ninguém pode receber algo para além de sua receptividade, a capacidade do recipiente se alarga ou se estreita segundo a maior ou menor atitude de doação do doador.”

“O maior beneficiado não é quem recebe o perdão e sim quem perdoa”, pois este é quem realmente está se libertando!

“Quem perdoa cria em si uma atitude de auto-realização, e para si mesmo se forma um ambiente interno de calma, mansuetude, desde que este perdão não vise nenhuma retribuição, pois se assim for tem seu valor completamente nulificado.”

“Somente um homem incompleto deseja ser compensado”

“Somente um pobre mercenário necessita ser compensado, escorado por algo de fora”

“A misericórdia de Deus flui, irresistível e espontaneamente”

“Felizes são somente os misericordiosos, quando praticam misericórdia para com os seus semelhantes desinteressadamente, sem esperar retribuição da parte deles”
(Huberto Rohden - Sabedoria das Parábolas)


“Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito”

“Se teu irmão pecar contra ti, então, vai, e corrige-o entre ti e ele somente; se te ouvir, ganhado terás ao teu irmão. Então, chegando-se Pedro a Ele, perguntou: Senhor, quantas vezes poderá pecar meu irmão contra mim, para que eu lhe perdoe? Será até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes.”

Aqui a lição mais importante é que devemos perdoar sempre, sem limites, sem condições.

“Concerta-te sem demora com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não suceda que ele te entregue ao juiz e que o juiz te entregue a seu ministro, e sejas mandado para cadeia. Em verdade te digo que não sairás de lá, enquanto não pagardes o último ceitil”

Jesus alerta para tentarmos nos reconciliar o máximo possível com os nossos inimigos antes do desencarne, uma vez que o espírito vingativo estando livre do corpo está mais apto a importunar seu desafeto encarnado com a vantagem de estar invisível.
A reconciliação se faz necessário o mais depressa possível para que não se arraste, por inúmeras reencarnações, este elo de desarmonia. Por quê?

“Eu vos digo em verdade, que não saireis de lá, enquanto não houverdes pagado até o último ceitil”

“Portanto, se estás fazendo a tua oferta diante do altar, e te lembrar aí que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali a tua oferta diante do altar, e vai te reconciliar primeiro com o teu irmão, e depois virás fazer a tua oferta”

Antes de se apresentar a Deus, o homem deve rearmonizar tudo que desarmonizou.

“Porque vedes um argueiro no olho do vosso irmão, vós que não vedes uma trave no vosso olho?”.

É importante parar de olhar para os defeitos dos outros, afim de, procurar corrigir nossas próprias faltas.
Para tanto é necessário que aos poucos o orgulho seja esquecido, uma das coisas que Jesus mais combateu por ser o maior obstáculo para o progresso.
Os escribas e os Fariseus questionaram Jesus a respeito do que deveriam fazer com uma mulher surpreendida em adultério, a lei Mosaica manda apedrejar nesses casos. Mas Jesus disse: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, lhe atire a primeira pedra”
Não há ninguém que não necessite de indulgência, pois todos cometemos erros.
Antes de censurar o próximo devemos observar se não cometemos a mesma falta.
Só podemos criticar com fins benéficos para o outro, a fim de reprimir o mal. A crítica deve ser construtiva.

Emmanuel sempre me disse: “Chico, quando você não tiver uma palavra que auxilie, procure não abrir a boca."

A autoridade da censura está em razão da autoridade moral daquele que a pronuncia.
Não há autoridade sem dar exemplo!

“Sede Indulgente, porque o mérito do perdão é proporcional a gravidade do mal.”

“Se vós vos dizeis espíritas, sede-o pois, olvidai o mal que se vos pôde fazer, e não pensai senão uma coisa: o bem que pode realizar.”

Não há um mal a ser combatido e sim um bem a ser construído!

“Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo”

Corroborando com este ensinamento do Evangelho Segundo o Espiritismo:

“Não possuímos nossa memória integral do passado e nem sabemos o que nos ocorrerá no futuro... Quem terá sido o nosso desafeto no pretérito? alguém que ajudamos ou ferimos? Quem será para nós no porvir? Nossa mãe ou nossa filha? Não condene! O ódio é como incêndio que tudo consome, mas o amor sabe como apagar o fogo e reconstruir. Segundo a lei, o bem neutraliza o mal.” 
(André Luíz - Nos Domínios da Mediunidade)

“Pagarás pelo mal que fez e pelo bem que não fez.”

O pai não espera de nós apenas que não façamos o mal, cuidar de si mesmo, os animais irracionais também o fazem, o pai espera de nós uma ação fraterna para com todos, fazendo o bem sem olhar a quem, dando de nós tudo o que existe de bom.

“O verdadeiro perdão, o perdão Cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado, o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, bem mais que pelas palavras.”

O perdão para ser completo necessita que, através dos nossos atos, haja uma transmutação dos sentimentos malévolos em sentimentos benéficos, de afinidade, lembremos o que disse o mestre:

“Se alguém te ferir a face esquerda, oferece a direita, se te pedir para andar uma milha, anda mais duas...” Ou seja, além de desculpar a ofensa, fazer deste desafeto um irmão".

“A verdadeira Indulgência, procura ao máximo, ser branda para com as faltas dos outros, toda a severidade deve estar sobre nossas próprias ações.”

A evolução é de nossa inteira responsabilidade, por isso, muito importante termos uma boa autocrítica, para corrigir nossas próprias faltas, a fim de conquistarmos nossa evolução espiritual.

“Sede indulgentes, meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, reergue, ao passo que o rigor desencoraja, afasta e irrita.”

Não basta apenas pedir perdão a Deus por nossas faltas, é necessário somar a reparação (rearmonização) ao arrependimento.

"Está na hora de valorizarmos o lado bom das pessoas e esquecer os que, possivelmente achamos que são ruins".
(Francisco Cândido Xavier)

 

4ª Lei – A Lei da Justiça
Para um melhor entendimento desta Lei, dividirei o assunto em duas partes:
- LEI da Reencarnação;
- LEI de Ação e Reação;

Lei da Reencarnação:

10. Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?
11. Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas;
12. Digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles.
13. Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista.
(Mateus:17)

Livro dos espíritos, item 166:
Como pode a alma que não alcançou a perfeição, durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?
“Sofrendo as provas de uma nova existência”

Livro dos espíritos, item 167:
Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem isto, onde há justiça?”

Podemos observar através destas passagens que, não existe um inferno eterno, tão pouco apenas uma chance para que o Espírito alcance a perfeição, então, o Pai, que é todo amor, todo bondade, nos concede estágios na carne para que possamos aperfeiçoar nosso espírito e nisso consiste também a justiça Divina, que nos permite sempre recomeçar, sem o peso do remorso, que nos prejudicaria muito no caminho.
O homem se sentindo culpado pelos erros que cometeu, apenas teria tempo para a auto piedade, por isso é necessário que se lance um véu sobre o passado, para que com o tempo o homem descubra que não é a auto punição que repara o mal, mas a modificação de nossas atitudes, mudança de postura com relação à criação, com relação ao próximo e sintonizar definitivamente com os objetivos do Pai Criador.

“- Deus fez o homem o menos possível, para que ele mesmo se faça o máximo possível!”

E o Mestre nos ensina novamente em João:3,3-10

“Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”

4. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
5. Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
6. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
7. Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.
8. O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
9. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode ser isto?
10. Respondeu-lhe Jesus: Tu és mestre em Israel, e não entendes estas coisas?

Em um sentido alegóricos podemos interpretar as palavras do Mestre como sendo a morte do velho homem, para que um novo nasça, moralmente renovado.
Mas também pode ser a água como o corpo físico e o espírito a essência, sendo assim mais uma vez temos a reencarnação. O homem que renasce adquire nova oportunidade de melhorar, assumindo nova personalidade na face do mundo, onde pode enriquecer o Espírito com novas experiências.
Depois o mestre diz que o que nasce da Carne é Carne, referindo-se a hereditariedade, o que nasce do espírito é espírito, provém das reencarnações passadas.
O espírito sopra onde quer, ou seja, se manifesta nas mais variadas dimensões da vida, ninguém sabe de onde veio, última reencarnação, nem sabe para onde vai, a próxima reencarnação.


5ª Lei – A Lei de Causa e Efeito – Ação e reação
“Porque o filho do homem virá na glória de seu Pai, em companhia dos seus anjos, e retribuirá a cada um segundo suas obras”
(Mateus:16,27)

8. Sabendo que cada um, seja escravo, seja livre, receberá do Senhor todo bem que fizer.
(Efésios:6)

Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus,
6. Que retribuirá a cada um segundo as suas obras;
7. A saber: a vida eterna aos que, com perseverança em favor o bem, procuram glória, e honra e incorrupção;
8. mas ira e indignação aos que são contenciosos, e desobedientes à iniqüidade;
9. tribulação e angústia sobre a alma de todo homem que pratica o mal, primeiramente do judeu, e também do grego;
10. glória, porém, e honra e paz a todo aquele que pratica o bem, primeiramente ao judeu, e também ao grego;
11. pois para com Deus não há acepção de pessoas. (A LEI é igual para todos)
(Romanos: 2)

2. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.
3. Pois, se alguém pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo.
4. Mas prove cada um a sua própria obra, e então terá motivo de glória somente em si mesmo, e não em outrem; (Realização interna)
5. Porque cada qual levará o seu próprio fardo.
6. E o que está sendo instruído na palavra, faça participante em todas as boas coisas aquele que o instrui. (O Evangelho)
7. Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará.
8. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.
9. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.
10. Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.
(Gálatas: 6)

Temos acima algumas passagens que enunciam a Lei de Ação e reação, que disciplina as ações de todos os seres do Universo, aquele que faz o bem, recebe o bem, aquele que gera a desarmonia, receberá desarmonia.
Há que entender que a Lei de Ação e Reação não é uma lei draconiana, que não sabe enxergar as modificações de padrão comportamental, mudança de atos, que podem tanto amenizar, como também agravar as reações de nossas faltas.
Por exemplo, um homem que cortou a cabeça de seu irmão em uma encarnação anterior, não necessariamente perderá a sua cabeça, uma vez que modificado, pratique boas obras e demonstre através de seus atos, um arrependimento verdadeiro e uma ação tenaz com o intuito de reparar a ação negativa do passado, a Lei não pune, simplesmente corrige. O Amor cobre a multidão de pecados!
Tendo o conhecimento desta Lei, podemos compreender que a responsabilidade de todos os acontecimentos recai sobre nós, pois tudo o que acontece de bom ou ruim em nossas existências, é mérito ou corrigenda, do bem ou do mal, que geramos no passado, salvo quando pelo nosso livre arbítrio provocamos através de nossas ações, reações correspondentes no presente.
O mais importante é termos a certeza, que no caminho com o Cristo, erguendo a bandeira da Caridade, do amor ao semelhante, não precisamos nos preocupar com o futuro, o processo de auto-realização iniciou-se a partir deste momento e só depende de nós mesmos chegar ao objetivo (a união mística e total com o pai) mais rapidamente.
Está sob nossa responsabilidade a construção de nossos destinos, pois a cada um será dado conforme suas obras, a bondade e o amor de DEUS fluem incessantemente, mas o tamanho do recipiente, ou seja, a nossa capacidade de recepção, que se alarga conforme nos sintonizamos na faixa Crística, com nossas ações, é que determinarão, o quanto poderemos receber deste rio infinito que se chama AMOR, DEUS!


Pesquisa realizada por Leandro Brancher de Oliveira



Referências:
1 - O Evangelho
2 - Allan Kardec – O Livro dos Espíritos
3 - Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo
4 - André Luiz – Nos domínios da Mediunidade
5 - Emmanuel – Pão Nosso
6 - Ramatís – O Evangelho à Luz do Cosmo
7 - Humberto Rodhen – Sabedoria das Parábolas

8 - Carlos Torres Pastorino – Sabedoria do Evangelho

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Umbanda é Fundamentada no Evangelho de Jesus Cristo


A UMBANDA E O EVANGELHO DE JESUS

A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos guias e protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Encontramos no terreiro da verdadeira Umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

A Umbanda convida o homem a se transformar. Assim sendo, o consulente recebe esclarecimento sobre sua real condição de espírito imortal, ou seja, é levado a entender que é o único responsável pelas próprias escolhas, e que deve procurar progredir na escala evolutiva da vida, superando a si mesmo. Mas para transformar- se é preciso estar pronto para compreender as energias que serão manipuladas, porque elas trabalham com o ritmo interno. Ouvir a intuição é, portanto, ouvir a si próprio; é saber utilizar os recursos necessários que estão disponíveis para efetuar a mudança do estado de consciência.

Por isso, transformar significa reverter o apego em desapego, as faltas em fartura, a ingratidão e o ressentimento em perdão.. É não revidar o mal, mas sempre praticar o bem.

Dar sem esperar reconhecimento ou gratidão. A beleza da vida está justamente na “individualidade” , no ser único, criado por Deus para amar. E este ser único está ligado à coletividade pelos laços do coração e da evolução, a fim de aprender a compartilhar, respeitar, educar e ser feliz.

Somos o somatório dos nossos atos de ontem: por ter cometido inúmeros excessos, estamos conhecendo a escassez, ou melhor, sempre atuamos à margem, não conseguindo nos equilibrar no caminho reto, pois o processo de evolução é lento, não dá saltos, respeita o livre arbítrio, o grau de consciência e o merecimento de cada um.

A Umbanda pratica o Jesus consolador, e, silenciosamente, vai evangelizando pelo Brasil afora, levando Suas máximas: “A água mais límpida é a que corre no centro do rio, pois as margens sempre contêm impurezas”. “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo”, pois Ele nos envia o Seu amor incondicional, que não impõe condições, porque não julga, não cobra, apenas Se doa e espera pelo nosso despertar para as verdades espirituais, para o homem de bem que existe dentro de cada um de nós.

Quando Jesus se aproximou de João Batista, que, com os joelhos encobertos pela água do Rio Jordão, mais uma vez falava do Messias, ao olharem-se um ao outro, uma força poderosa instalou-se sobre todos os circunstantes. Jesus então aproximou-Se de João Batista, e este ajoelhou-se aos pés do cordeiro de Cristo. Mansamente Ele o levantou e agachou-Se sinalizando para que João O batizasse. Nesse instante único, vibraram intensamente sobre Jesus, no centro do seu chacra coronário, o Cristo Cósmico e todos os Orixás. Foi preciso que o Messias fosse “iniciado” por um mestre do amor na Terra, para que se completasse Sua união com o Pai, e ambos fossem um. Esse é um dos quadros históricos mais expressivos e simbólicos que avalizam os amacis na Umbanda.

Texto extraído do livro “Umbanda Pé no Chão – Um guia de estudos orientados pelo espírito Ramatís (Editora Conhecimento)