"O
Evangelho relatando a experiência vivida integralmente por Jesus, em 33 anos de
sua vida física, é para mostrar a todos as leis que governam e disciplinam o
Universo.
É
um compêndio humano a expor os objetivos de Deus na Sua Criação, um tratado
perfeito de bem viver, que pode orientar em qualquer época qualquer tipo
humano, em qualquer longitude terrestre ou astronômica.
O
Evangelho por tanto, é o “Caminho da Evolução indicada pelo Criador à criatura,
constituindo-se numa fonte íntima de libertação do Deus em nós. Os preceitos
morais expostos por Jesus refletem, também, os princípios do próprio Universo.
A
Sua vida no cenário do mundo físico é a condensação das leis definitivas que
regem o cosmo."
Ramatis
– Evangelho sob à Luz do Cosmo.
Após as palavras
sublimes de Ramatís, farei algumas considerações sobre as Leis Cósmicas do
Evangelho, tão grandiosas que acredito que em algumas delas, no atual processo
evolutivo da humanidade terrena, não temos condições de compreender em sua
plenitude, farei algumas elucidações a respeito das lições sublimes e eternas
que o Mestre nos transmitiu a dois mil anos atrás.
1ª
Lei – A Lei do Amor, a Lei MAIOR!
“Amarás
ao senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
entendimento, Este é o maior e o primeiro mandamento”
“Amarás ao teu próximo como a ti
mesmo”
"Estes
dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas."
(Mateus, XXII: 34-40).
“E
assim tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles.
Porque esta é a Lei e os profetas”
(Mateus, 7:12)
“Tratai
todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem".
(Lucas, 6:31)
O que nos diz o
Evangelho segundo o Espiritismo a respeito desta Lei Cósmica?
"A
Lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue as
misérias sociais".
(Lázaro, O Evangelho Segundo o
Espiritismo)
O que podemos dizer a
respeito do ensinamento de Lázaro é que a Lei do Amor se praticada em sua
plenitude, torna a humanidade um único ser, não no sentido de que nos
transformaríamos todos em apenas um ser físico, mas do ponto de vista social,
onde nos preocuparíamos com o bem estar de todos, como irmãos, nada faltaria a
ninguém, nem o pão, nem o ombro amigo.
O amor cresce com a
moralidade e a inteligência, e embora frequentemente comprimido pelo egoísmo, é
a fonte das santas e doces virtudes que constituem as afeições sinceras e
duradouras.
"Para
praticar a Lei do Amor, como Deus a quer, é necessário que chegueis a amar,
pouco a pouco indistintamente, a todos os vossos irmãos".
"Os
efeitos da lei do amor são o aperfeiçoamento moral da raça humana e a
felicidade durante a vida terrena".
"João
Evangelista no leito de morte dizia: “Meus filinhos, amai-vos uns aos outros”.
(Fénelon, Bordeaux, 1.861, O
Evangelho Segundo o Espiritismo)
O amor, sendo o
estágio mais avançado da evolução, só será alcançada através do avanço moral e
intelectual, o amor a que o Mestre nos convida é o amor incondicional, feito
que estamos muito longe de alcançar, amar a todos indistintamente é obra dos
milênios, se utilizados com muito esforço e dedicação na seara do bem, pois
apenas assistindo o próximo é que aprenderemos a amá-los.
Deus é amor supremo,
por isso acredito que o objetivo seja
que todos os seres vibrem em harmonia constante no cosmo, algo que só
acontecerá quando chegarmos ao topo da marcha evolutiva.
"Quem
ama o próximo como a si mesmo, honra o seu pai e a sua mãe, não mata, não
comete adultério, não levanta falso testemunho, e não cobiça coisa alguma de
quem quer que seja."
(Eliseu Rigonatti, O Evangelho
dos Humildes)
Acredito que a única
maneira de amar a Deus é amando o nosso próximo, entregando-se de corpo e alma
no serviço ao semelhante.
2ª Lei - A Lei da
Caridade
“E
estando Jesus assentado defronte donde era o gazofilácio, observava ele de que
modo deitava o povo o dinheiro; e muitos, que eram ricos, deitavam com mão
larga. E tendo chegado uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, que
importavam um real. E convocando seus discípulos, lhes disse: Na verdade voz
digo, que mais deitou esta pobre viúva do que todos os outro que deitaram no
gazofilácio. Porque todos os outros deitaram do que tinham na sua abundância;
porém esta deitou da sua mesma indulgência tudo o que tinha, e tudo que lhe
restava para o seu sustento.”
(Marcos, XII: 41-44 – Lucas, XXI:
1-4)
“A
verdadeira caridade faz antes pensar nos outros que em si mesmo”
“O
óbolo do pobre, que tira de sua própria privação, pesa mais na balança de Deus
que o ouro do rico, que dá sem privar-se de nada.”
(Evangelho Segundo o Espiritismo)
Para Deus não importa
quanto ouro se tem e sim o amor que se tem pelo próximo, dar de sua indulgência
significa dar algo de si mesmo, algo que venha de dentro, que venha do coração.
A viúva dando tudo
que tinha além de demonstrar grande amor pelo próximo também demonstra sua
grande fé, porque confia na providência divina que tudo provê. “Se Deus veste
um simples lírio com tanta beleza” o que dizer do que a providência pode fazer
em nosso favor? São necessárias a confiança, a fé e um grande amor ao próximo
para praticar a caridade em toda sua plenitude.
Segundo Carlos Torres
Pastorino na obra (Sabedoria do Evangelho) que os ricos que deitavam o dinheiro
nogazofiácio trocavam moedas de alto valor por moedas de menor valor, isso
aumentava a quantidade de moedas que ao serem despejadas faziam maior barulho
chamando a atenção dos que estavam em volta. A meu ver mais uma faceta da
vaidade a conta de caridade, no fundo todos queriam mostrar-se abastados e
caridosos, no entanto a viúva que deu de seu sustento soube praticar a caridade
com o verdadeiro sentimento de amor por seu irmão e grande confiança no pai.
A viúva deu o que
tinha, então certamente renunciou alguma coisa para que pudesse dar aquelas
moedas, importante saber renunciar.
O Ensinamento também
nos remete a uma mudança em nossa escala de valores, parando assim de analisar
superficialmente as situações que ocorrem a nossa frente. Porque naquele
momento em que a viúva deitava suas moedas, todos olharam com desdém, apenas o
mestre que enxerga muito além das aparências compreendeu a atitude de renúncia
daquela mulher.
Valorizar mais o que
as pessoas tem de bom, o que está em seus corações, seus sentimentos e não
aquilo que possuem na terra, os bens perecíveis dos quais nada levamos, nem o
corpo nos pertence, tudo é empréstimo do pai, que nos concede a graça do
esquecimento através da vida corpórea para que possamos nos recuperar
espiritualmente o mais rápido possível, sem o peso do remorso das faltas
cometidas no passado.
“Quando
derdes um jantar ou alguma ceia, não chames nem teus amigos, nem teus irmãos,
nem teus parentes, nem teus vizinhos que forem ricos, para que não aconteça que
também eles te convidem à sua vez, e te paguem com isso; mas quando deres um
banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos, e serás bem
aventurado, porque estes não tem como te retribuir; mas ser-te-á isso
retribuído na ressurreição dos justos. Tendo ouvido essas coisas, um dos que estavam
na mesa disse para Jesus: “Bem aventurado o que comer o pão no Reino de Deus.”
(Lucas XIV: 12-15).
Jesus nos fala
claramente que devemos fazer o bem sem esperar retribuição, a verdadeira
retribuição segundo Humberto Rodhen é a auto-realização de si mesmo, descobrir
que quem dá com alegria é rico, quem precisa receber é um miserável. A
participação na abundância quer dizer, na abundância que cada um desfruta, se
eu estou na abundância de carinho, devo servir o banquete do carinho, se estou
na abundância do afeto, devo dividir com os meus irmãos esta abundância e do
ponto de vista material se tenho em abundância, por que não dividir com o meu
irmão mais necessitado?
A caridade pode ser
material ou moral. Nos diz o Evangelho Segundo o Espiritismo que a caridade
moral consiste em voz suportardes uns aos outros. (Tolerância), acredito que
seja o que estamos mais habilitados a fazer, enquanto não conseguirmos
vislumbrar a Lei Suprema!
Nos diz também que
não se incomodar com as faltas alheias é caridade moral.
"A
caridade pode ser feita em pensamento, em palavras e em ações. Em pensamento,
orando pelos pobres abandonados, em palavras dirigindo aos vossos companheiros
alguns conselhos".
(Um espírito protetor, Evangelho
Segundo o Espiritismo)
“É
na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o
remédio para as aflições da vida”.
(Adolfo, Bispo de Alger,
Bordeaux, 1861, Evangelho Segundo o Espiritismo)
É muito importante
compreender o mecanismo da LEI, São Francisco já nos ensinou em sua oração que
“é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado”. Antes de colocarmos
água em um recipiente, não temos que abri-lo afim de que o liquido entre? Pois
então, para que possamos receber é necessário abrir os nossos corações e
fazermos aos outros aquilo que gostaríamos que nos fosse feito, sendo assim,
perdoar, auxiliar...
O pensamento é força
radiante, emitimos para todo o universo algo de nós, com uma determinada
freqüência, com um determinado comprimento de onda, projetamos algo de dentro,
esta projeção encontrará inevitavelmente ondas semelhantes, que se afinam com a
nossa, nos devolvendo centuplicado aquilo que exteriorizamos. Portanto é dentro
de nós que descobriremos o reino de Deus, pois se aprendermos a emitir apenas
pensamentos de amor e caridade, receberemos isso centuplicado e viveremos o
Reino de Deus na face da terra.
Não importa em qual
dimensão estamos, pode ser física, astral, mental... O Reino de Deus é dentro
de nós!
“Sem
Caridade, nada de esperar uma sorte melhor, nenhum interesse moral que nos
guie; sem a caridade, nada de fé, pois a fé não é mais do que um raio de luz
puro, que faz brilhar uma alma caridosa”
“Não há alegria
espiritual que ela não proporcione desde a vida presente”
(São Vicente
de Paulo, O Evangelho Segundo o Espiritsmo)
Segundo Humberto
Rodhen, Fé é uma palavra oriunda de Fidelidade, significa estar sempre em
sintonia, e para estar sempre em sintonia com o Pai é necessário a ação no bem.
Esta ação no bem não pode ser uma obrigação, O servir deve ser realizado pelo
prazer de servir, jamais algo imposto.
Afirma também que não
há alegria espiritual que ela não proporcione desde esta vida, isso se confirma
se pensarmos que quando na prática da caridade, nossas companhias espirituais
são do mesmo interesse, lei de sintonia, portanto na prática da caridade
melhoramos nosso padrão vibratório o que nos torna menos acessíveis a nossos
desafetos ao passo que nos aproximamos dos mensageiros do alto que nos guiam na
tarefa sublime da caridade.
“Levantando-se
um doutor da lei experimentou-o, dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida
eterna? Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? como lês tu?
Respondeu ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda a sua
alma, de toda a tua força e de todo o teu entendimento e ao próximo como a ti
mesmo. Replicou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isso e viverás. Ele, porém,
querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Prosseguindo
Jesus disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó; e caiu nas mãos de
salteadores que, depois de o despirem e espancarem, se retiraram, deixando-o
meio morto.
Por
uma coincidência descia por aquele caminho um sacerdote; e quando o viu, passou
de largo. Do mesmo modo também um levita, chegando ao lugar e vendo-o, passou
de largo. Um samaritano, porém, que ia de viagem, aproximou-se do homem, e,
vendo-o teve compaixão dele; e chegando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas
azeite e vinho; e pondo-o sobre seu animal, levou-o para uma hospedaria e
tratou-o. No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse:
Trata-o, e quanto gastares de mais, na volta to pagarei.
Qual
destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos
salteadores? Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para
com ele. Disse-lhe Jesus: Vai e faze tu o mesmo.”
(Lucas, X,
25-37)
Aqui, Jesus nos
convida a prática da caridade sem perguntar cor, raça, sexo, religião, porque
não afirma se o homem que estava jogado ao chão era um pagão ou um sacerdote,
simplesmente um homem!
Quer dizer também que
aquele que ajuda não precisa ser necessariamente um sacerdote, um representante
de alguma religião, precisa ser uma Alma vigilante! Um bom samaritano.
Veja que o samaritano
derramou sobre as chagas o óleo (balsamo de conforto e consolação) e o vinho
espiritual das palavras reveladoras do Mestre, (este é o meu sangue), e também
o levou a um lugar onde ele pudesse recuperar-se dos vícios, e poder assim
recomeçar, fortalecido no caminho, aprendendo a evitar os (ladrões e
salteadores) que são os gozos e as paixões traiçoeiras, para chegar salvo ao
fim da Jornada.
Podemos observar como
praticar a caridade por completo não é tarefa simples, deve acompanhar todo o
processo de reequilíbrio do próximo, que é toda e qualquer criatura existente
no Universo.
É necessário que o
auxílio seja completo, desde reerguer o irmão que caiu até colocá-lo novamente
na senda evolutiva, mais forte, renovado em seus pensamentos, isso pode ser
feito através da porta amiga da reencarnação, ou pelo próprio servir seja onde
for que esteja, pode ser em hospitais, postos de socorro no astral ou em
cidades no astral, como fez André Luiz, logo após seu estagio nas regiões de
esgotamento de resíduos mentais (Umbral), iniciou sua tarefa de auxílio na
prática da caridade.
Se fosse feita uma
esquematização da parábola, em meu entendimento ficaria da seguinte forma:
1º - Acolhimento
fraterno.
2º - Tratamento, (Óleo
e vinho), curando as chagas do sofrimento.
3º - Encaminhamento
para algum lugar de reconforto, onde possa ouvir esclarecimentos e reerguer-se
tanto físico (Astral) como moralmente. Como diz na parábola (sobre o cavalo o
levou).
4º - Logo após o
retorno da criatura a senda evolutiva.
É preciso ter o
cuidado de não nos tornarmos os novos sacerdotes do século XXI, copiando
aqueles que muito têm no cérebro, mas quase nada no coração, que não sejamos
mais como os sacerdotes que pregam, conhecem a lei, mas não conseguem estender
a mão para os seus irmãos caídos à beira da estrada. Sejamos instruídos sim, é
da Lei que o espírito progrida intelectualmente, mas também sejamos simples de
coração, a ponto de não passarmos reto pelo amigo viciado que nos olha como um
cão acuado pelas ruas, ou então, que não falemos mal do cobrador de ônibus que
por estar cansado, enganou-se na contagem do troco, não nos encolerizemos com o
irmão que com muita pressa, talvez em emergência familiar passa em alta velocidade
pelo sinal vermelho.
Não podemos dar o que
não temos, uma vez que não conseguimos no mundo material, no trato com os
nossos irmãos sermos caridosos, tão pouco seremos na casa espírita, se a nossa
aura estiver impregnada com os charcos da cólera, do sensualismo, do ódio.
Assim sendo como conseguiremos mobilizar as fibras dos corações aflitos que
procuram amparo no ambiente espírita?
3ª Lei – A Lei do
Perdão
“Bem
aventurados os misericordiosos porque eles alcançaram a misericórdia.”
“Se
perdoardes aos homens as ofensas que vos fazem, também vosso pai celestial vos
perdoará vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pai
vos perdoará os vossos pecados”
“Ninguém
pode receber algo para além de sua receptividade, a capacidade do recipiente se
alarga ou se estreita segundo a maior ou menor atitude de doação do doador.”
“O
maior beneficiado não é quem recebe o perdão e sim quem perdoa”,
pois este é quem realmente está se libertando!
“Quem
perdoa cria em si uma atitude de auto-realização, e para si mesmo se forma um
ambiente interno de calma, mansuetude, desde que este perdão não vise nenhuma
retribuição, pois se assim for tem seu valor completamente nulificado.”
“Somente
um homem incompleto deseja ser compensado”
“Somente
um pobre mercenário necessita ser compensado, escorado por algo de fora”
“A
misericórdia de Deus flui, irresistível e espontaneamente”
“Felizes
são somente os misericordiosos, quando praticam misericórdia para com os seus
semelhantes desinteressadamente, sem esperar retribuição da parte deles”
(Huberto Rohden - Sabedoria das
Parábolas)
“Sede
perfeitos como vosso Pai é perfeito”
“Se
teu irmão pecar contra ti, então, vai, e corrige-o entre ti e ele somente; se
te ouvir, ganhado terás ao teu irmão. Então, chegando-se Pedro a Ele,
perguntou: Senhor, quantas vezes poderá pecar meu irmão contra mim, para que eu
lhe perdoe? Será até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: não te digo que até sete
vezes, mas até setenta vezes sete vezes.”
Aqui a lição mais
importante é que devemos perdoar sempre, sem limites, sem condições.
“Concerta-te
sem demora com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não
suceda que ele te entregue ao juiz e que o juiz te entregue a seu ministro, e
sejas mandado para cadeia. Em verdade te digo que não sairás de lá, enquanto
não pagardes o último ceitil”
Jesus alerta para
tentarmos nos reconciliar o máximo possível com os nossos inimigos antes do
desencarne, uma vez que o espírito vingativo estando livre do corpo está mais
apto a importunar seu desafeto encarnado com a vantagem de estar invisível.
A reconciliação se
faz necessário o mais depressa possível para que não se arraste, por inúmeras
reencarnações, este elo de desarmonia. Por quê?
“Eu
vos digo em verdade, que não saireis de lá, enquanto não houverdes pagado até o
último ceitil”
“Portanto,
se estás fazendo a tua oferta diante do altar, e te lembrar aí que teu irmão
tem alguma coisa contra ti, deixa ali a tua oferta diante do altar, e vai te
reconciliar primeiro com o teu irmão, e depois virás fazer a tua oferta”
Antes de se
apresentar a Deus, o homem deve rearmonizar tudo que desarmonizou.
“Porque
vedes um argueiro no olho do vosso irmão, vós que não vedes uma trave no vosso
olho?”.
É importante parar de
olhar para os defeitos dos outros, afim de, procurar corrigir nossas próprias
faltas.
Para tanto é
necessário que aos poucos o orgulho seja esquecido, uma das coisas que Jesus mais
combateu por ser o maior obstáculo para o progresso.
Os escribas e os
Fariseus questionaram Jesus a respeito do que deveriam fazer com uma mulher
surpreendida em adultério, a lei Mosaica manda apedrejar nesses casos. Mas
Jesus disse: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, lhe atire a primeira
pedra”
Não há ninguém que
não necessite de indulgência, pois todos cometemos erros.
Antes de censurar o
próximo devemos observar se não cometemos a mesma falta.
Só podemos criticar
com fins benéficos para o outro, a fim de reprimir o mal. A crítica deve ser
construtiva.
Emmanuel sempre me
disse: “Chico, quando você não tiver uma
palavra que auxilie, procure não abrir a boca."
A autoridade da
censura está em razão da autoridade moral daquele que a pronuncia.
Não há autoridade sem
dar exemplo!
“Sede
Indulgente, porque o mérito do perdão é proporcional a gravidade do mal.”
“Se
vós vos dizeis espíritas, sede-o pois, olvidai o mal que se vos pôde fazer, e
não pensai senão uma coisa: o bem que pode realizar.”
Não há um mal a ser
combatido e sim um bem a ser construído!
“Perdoar
aos inimigos é pedir perdão para si mesmo”
Corroborando com este
ensinamento do Evangelho Segundo o Espiritismo:
“Não
possuímos nossa memória integral do passado e nem sabemos o que nos ocorrerá no
futuro... Quem terá sido o nosso desafeto no pretérito? alguém que ajudamos ou
ferimos? Quem será para nós no porvir? Nossa mãe ou nossa filha? Não condene! O
ódio é como incêndio que tudo consome, mas o amor sabe como apagar o fogo e
reconstruir. Segundo a lei, o bem neutraliza o mal.”
(André Luíz -
Nos Domínios da Mediunidade)
“Pagarás
pelo mal que fez e pelo bem que não fez.”
O pai não espera de
nós apenas que não façamos o mal, cuidar de si mesmo, os animais irracionais
também o fazem, o pai espera de nós uma ação fraterna para com todos, fazendo o
bem sem olhar a quem, dando de nós tudo o que existe de bom.
“O
verdadeiro perdão, o perdão Cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado,
o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, bem mais que pelas palavras.”
O perdão para ser
completo necessita que, através dos nossos atos, haja uma transmutação dos
sentimentos malévolos em sentimentos benéficos, de afinidade, lembremos o que
disse o mestre:
“Se
alguém te ferir a face esquerda, oferece a direita, se te pedir para andar uma
milha, anda mais duas...” Ou seja, além de desculpar a ofensa, fazer deste
desafeto um irmão".
“A
verdadeira Indulgência, procura ao máximo, ser branda para com as faltas dos
outros, toda a severidade deve estar sobre nossas próprias ações.”
A evolução é de nossa
inteira responsabilidade, por isso, muito importante termos uma boa
autocrítica, para corrigir nossas próprias faltas, a fim de conquistarmos nossa
evolução espiritual.
“Sede
indulgentes, meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, reergue, ao passo
que o rigor desencoraja, afasta e irrita.”
Não basta apenas
pedir perdão a Deus por nossas faltas, é necessário somar a reparação
(rearmonização) ao arrependimento.
"Está
na hora de valorizarmos o lado bom das pessoas e esquecer os que, possivelmente
achamos que são ruins".
(Francisco Cândido Xavier)
4ª Lei – A Lei da
Justiça
Para um melhor
entendimento desta Lei, dividirei o assunto em duas partes:
- LEI da
Reencarnação;
- LEI de Ação e
Reação;
Lei da Reencarnação:
10.
Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que é necessário
que Elias venha primeiro?
11.
Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas;
12.
Digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo
o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles.
13.
Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista.
(Mateus:17)
Livro dos espíritos,
item 166:
Como pode a alma que
não alcançou a perfeição, durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?
“Sofrendo
as provas de uma nova existência”
Livro dos espíritos,
item 167:
Qual o fim objetivado
com a reencarnação?
“Expiação,
melhoramento progressivo da humanidade. Sem isto, onde há justiça?”
Podemos observar
através destas passagens que, não existe um inferno eterno, tão pouco apenas
uma chance para que o Espírito alcance a perfeição, então, o Pai, que é todo
amor, todo bondade, nos concede estágios na carne para que possamos aperfeiçoar
nosso espírito e nisso consiste também a justiça Divina, que nos permite sempre
recomeçar, sem o peso do remorso, que nos prejudicaria muito no caminho.
O homem se sentindo
culpado pelos erros que cometeu, apenas teria tempo para a auto piedade, por
isso é necessário que se lance um véu sobre o passado, para que com o tempo o
homem descubra que não é a auto punição que repara o mal, mas a modificação de
nossas atitudes, mudança de postura com relação à criação, com relação ao
próximo e sintonizar definitivamente com os objetivos do Pai Criador.
“-
Deus fez o homem o menos possível, para que ele mesmo se faça o máximo
possível!”
E o Mestre nos ensina
novamente em João:3,3-10
“Em
verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o
reino de Deus.”
4.
Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura
pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
5.
Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da
água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
6.
O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
7.
Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.
8.
O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para
onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
9.
Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode ser isto?
10.
Respondeu-lhe Jesus: Tu és mestre em Israel, e não entendes estas coisas?
Em um sentido
alegóricos podemos interpretar as palavras do Mestre como sendo a morte do
velho homem, para que um novo nasça, moralmente renovado.
Mas também pode ser a
água como o corpo físico e o espírito a essência, sendo assim mais uma vez
temos a reencarnação. O homem que renasce adquire nova oportunidade de
melhorar, assumindo nova personalidade na face do mundo, onde pode enriquecer o
Espírito com novas experiências.
Depois o mestre diz
que o que nasce da Carne é Carne, referindo-se a hereditariedade, o que nasce
do espírito é espírito, provém das reencarnações passadas.
O espírito sopra onde
quer, ou seja, se manifesta nas mais variadas dimensões da vida, ninguém sabe
de onde veio, última reencarnação, nem sabe para onde vai, a próxima
reencarnação.
5ª
Lei – A Lei de Causa e Efeito – Ação e reação
“Porque
o filho do homem virá na glória de seu Pai, em companhia dos seus anjos, e
retribuirá a cada um segundo suas obras”
(Mateus:16,27)
8. Sabendo que cada
um, seja escravo, seja livre, receberá do Senhor todo bem que fizer.
(Efésios:6)
Mas,
segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia
da ira e da revelação do justo juízo de Deus,
6.
Que retribuirá a cada um segundo as suas obras;
7.
A saber: a vida eterna aos que, com perseverança em favor o bem, procuram
glória, e honra e incorrupção;
8.
mas ira e indignação aos que são contenciosos, e desobedientes à iniqüidade;
9.
tribulação e angústia sobre a alma de todo homem que pratica o mal,
primeiramente do judeu, e também do grego;
10.
glória, porém, e honra e paz a todo aquele que pratica o bem, primeiramente ao
judeu, e também ao grego;
11.
pois para com Deus não há acepção de pessoas. (A LEI é igual para todos)
(Romanos: 2)
2.
Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.
3.
Pois, se alguém pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo.
4.
Mas prove cada um a sua própria obra, e então terá motivo de glória somente em
si mesmo, e não em outrem; (Realização interna)
5.
Porque cada qual levará o seu próprio fardo.
6.
E o que está sendo instruído na palavra, faça participante em todas as boas
coisas aquele que o instrui. (O Evangelho)
7.
Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear,
isso também ceifará.
8.
Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia
no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.
9.
E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não
houvermos desfalecido.
10.
Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos
domésticos da fé.
(Gálatas: 6)
Temos acima algumas
passagens que enunciam a Lei de Ação e reação, que disciplina as ações de todos
os seres do Universo, aquele que faz o bem, recebe o bem, aquele que gera a
desarmonia, receberá desarmonia.
Há que entender que a
Lei de Ação e Reação não é uma lei draconiana, que não sabe enxergar as
modificações de padrão comportamental, mudança de atos, que podem tanto
amenizar, como também agravar as reações de nossas faltas.
Por exemplo, um homem
que cortou a cabeça de seu irmão em uma encarnação anterior, não
necessariamente perderá a sua cabeça, uma vez que modificado, pratique boas
obras e demonstre através de seus atos, um arrependimento verdadeiro e uma ação
tenaz com o intuito de reparar a ação negativa do passado, a Lei não pune,
simplesmente corrige. O Amor cobre a multidão de pecados!
Tendo o conhecimento
desta Lei, podemos compreender que a responsabilidade de todos os
acontecimentos recai sobre nós, pois tudo o que acontece de bom ou ruim em
nossas existências, é mérito ou corrigenda, do bem ou do mal, que geramos no
passado, salvo quando pelo nosso livre arbítrio provocamos através de nossas
ações, reações correspondentes no presente.
O mais importante é
termos a certeza, que no caminho com o Cristo, erguendo a bandeira da Caridade,
do amor ao semelhante, não precisamos nos preocupar com o futuro, o processo de
auto-realização iniciou-se a partir deste momento e só depende de nós mesmos
chegar ao objetivo (a união mística e total com o pai) mais rapidamente.
Está sob nossa
responsabilidade a construção de nossos destinos, pois a cada um será dado
conforme suas obras, a bondade e o amor de DEUS fluem incessantemente, mas o
tamanho do recipiente, ou seja, a nossa capacidade de recepção, que se alarga
conforme nos sintonizamos na faixa Crística, com nossas ações, é que
determinarão, o quanto poderemos receber deste rio infinito que se chama AMOR,
DEUS!
Pesquisa
realizada por Leandro Brancher de Oliveira
Referências:
1
- O Evangelho
2
- Allan Kardec – O Livro dos Espíritos
3
- Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo
4
- André Luiz – Nos domínios da Mediunidade
5
- Emmanuel – Pão Nosso
6
- Ramatís – O Evangelho à Luz do Cosmo
7
- Humberto Rodhen – Sabedoria das Parábolas
8
- Carlos Torres Pastorino – Sabedoria do Evangelho