A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos Guias, Mentores e Protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Em Nossa Fraternidade de Umbanda as entidades trabalham com humildade, de forma serena, caritativa, gratuita e respeitando sempre o livre arbítrio; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.


Só nos sentiremos seguros, tranquilos e em paz se estivermos com Jesus, nos lembrando de seus ensinamentos e principalmente colocando-os em prática na nossa vida, no nosso dia a dia. Cristo nos ensinou o que é o amor vivenciado em sua plenitude, demonstrando o amor incondicional. Ainda somos espíritos imperfeitos e estamos longe de praticarmos o amor e a caridade como nosso Divino Mestre, porém, Ele nos deixou um guia para seguirmos, ou seja, deixou-nos o Evangelho com seus princípios de moral e amor. Enquanto não aprendermos a praticar os ensinamentos do Cristo haverá muita dor e sofrimento. O que nos impede de seguirmos verdadeiramente os exemplos de Jesus é o orgulho que ainda impera muitas vezes disfarçado. Sejamos humildes, buscando auxiliar, trazendo esperança àqueles que padecem de dores maiores do que as nossas. E mais: lembremo-nos de que todo aquele que busca aliviar a dor do próximo, na verdade está aliviando as próprias dores. Todo bem que fizermos ao próximo é a nós mesmos que estamos fazendo. Assim, vivamos com Jesus em nossas vidas e só teremos motivos para alegria e paz em nossos corações. Salve Umbanda de Jesus Cristo!


Irmãos da FUJC

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Para Vermos a Deus


"Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus"
(Mateus 5:8)


Primeiro temos que ter a certeza dentro de nós de que Ele existe e está em tudo, inclusive dentro de nós.

Somos seus filhos legítimos, somo uma centelha D'Ele e temos uma essência única que Ele nos deu, tirada D'Ele mesmo.

Deus é o Universo!!  É essa forca maior, essa forca que nós todos também temos dentro de nós, para buscarmos a cada dia, em nós e para nós podermos seguir na nossa evolução.

Alguns de nós vem a esse mundo um pouco mais evoluídos que outros, devido às suas experiências anteriores, de vidas anteriores.

Cada vez que encarnamos, temos a chance de crescer espiritual e moralmente.  Esse crescimento significa evolução para uma próxima encarnação, isto é, quanto mais aproveitarmos as nossas encarnações para evoluir nosso espírito moral e espiritualmente, estaremos reencarnando cada vez mais sábios, mais coerentes, mais centrados, enfim com mais base para sofrer menos.

Com isso, estaremos cada vez mais aptos a ajudar a humanidade de encarnados e desencarnados que ainda estão galgando os degraus que já galgamos!!  Para estar todos em breve, na mesma sintonia evolutiva e assim poderemos fazer parte da nova "geração" que estarão caminhando rumo a mundos mais evoluídos.

Já passamos por fases muito primitivos na Terra e chegamos ao mundo de Provas e Expiações.  Agora estamos galgando para uma transformação muito importante, que chegará em breve, transformando nossa querida Terra em um planeta de Regeneração, isto significa um degrau na pirâmide da evolução dos mundos.

Podemos ver com isso a obra de Nosso Deus, o Criador dos Céus e da Terra, que nos dá a mesma chance a todos, desde os vegetais, animais, hominais até o Universo completo.

De Deus vem a Evolução para tudo e para todos, assim como vemos uma semente se transformar em flor, veremos a Terra, se transformar em um planeta mais evoluído e quanto a nós vamos buscando acompanhar essa evolução para estar ombro a ombro com as dádivas que nosso Criador nos ofereceu.
Usando todas as ferramentas que Ele soube sabiamente nos oferecer como o Livre-Arbítrio, o Amor, o Sofrimento, os Sentimentos e a nossa forca interior, pois na verdade não vivemos uma única vida na Terra!!!

Somos imortais: nascemos, vivemos, morremos e voltamos a renascer em um novo corpo material, onde podemos, por obra Divina, continuar nossa jornada evolutiva.

Aqueles que conseguem ver com os olhos do espírito, possuem mais sabedoria, amor, compreensão e esses conseguem ver com os olhos que vão além dos olhos físicos, são os espíritos milenares, que já passaram por várias encarnações.

Esses são os espíritos que podemos chamar de adultos, da nossa humanidade.

Os espíritos que alimentam o ódio e os sentimentos inferiores, podemos chamar de espíritos primários, que ainda estão iniciando a sua jornada ou são os recalcitrantes que demoram mais que outros a assimilar a lição do Amor.  Estes deverão aprender a amar através da dor e do sofrimento, por isso terão que reencarnar em planetas como o nosso, de provas e expiações, porque aqui encontrarão as ferramentas de que necessitam para sua evolução.

Há espíritos que já tem outra forma de ver a vida em consequência de sua maior bagagem espiritual pelo que já viveram e evoluíram.

E assim podemos concluir que Deus na sua sabedoria, criou não só o nosso planeta, de provas e expiações, porque os espíritos mais evoluídos, estão em outros planetas, mais adiantado, moral e espiritualmente que o nosso.

Olhemos para os céus, ao vermos tantas estrelas, perguntemo-nos a nós mesmos se acreditamos que só na Terra há vida??

Por esse motivo Deus é infinito Criador dos Céus e da Terra, que cria incessantemente, porque a Evolução é incessante também e assim Ele cria o tempo todo para que tenhamos um planeta certo, que condiz com a nossa evolução, seja primitiva, seja de elevação moral e espiritual superior.

A nossa vida é infinitamente calculada e apoiada pelos critérios Divinos de Deus nosso Pai maior.

O Grande Deus Universal é o Criador e o responsável pelo Universo infinito.

A essência de Deus é abstrata e nos é dada pelo Criador, da mesma forma, invisível aos olhos físicos, porque essa Essência é Deus, devemos senti-lo nos nossos corações, em nossas ações.

Certos espíritos ainda estão aqui saciando sua sede material, percorrendo os degraus da sua evolução e com certeza, cedo ou tarde, nessa encarnação ou numa próxima, estarão cada vez em um degrau mais algo da sua própria evolução.

Tudo acontece conforme a vontade do nosso Pai Maior que vice em mim, em ti e em todos nós.  Porém cabe a nós decidir a aceitar ou não a Luz ou se irá desprezar essa oportunidade de crescimento e felicidade, como já ocorreu antes de nós, com a presença de Nosso Mestre Jesus, enviado pelo nosso Pai Maior.

Vamos aproveitar "Os Sete Princípios Básicos do Conhecimento" ditado por Hermes e Radamés em Akhenaton em o livro A Revolução Espiritual do Antigo Egito - que é uma obra mediúnica escrita pelo médium Roger Bottini Paranhos, que diz:

Os Sete Princípios são: do Mentalismo, da Correspondência, da Vibração, da Polaridade, do Ritmo, da Causa e Efeito e por fim o princípio do Gênero, que vem abaixo como está no livro acima descrito.

Primeiro - O principio do Mentalismo - A mente é tudo.
O Universo é mental.  Por sobre tudo aquilo que conhecemos há o plano de um Espírito Maior, que nao podemos conhecer.  Ele é a Lei.  O Todo-Poderoso está em tudo.

Segundo - O princípio da Correspondência - Como é em cima, é embaixo; como é embaixo, é em cima.Tudo se corresponde.  As mesmas leis que atuam sobre o homem atuam sobre uma lagarta ou uma estrela.  Assim como os astros se deslocam no céu, seguindo um princípio inteligente, assim é com nossas vidas; devemos interagir em relação ao Universo que nos cerca com sabedoria, então, cumprindo o plano Divino.

Terceiro - O principio da Vibração:  Nade descansa, tudo se move.  Nada desaparece, tudo se transforma.  Há vida em tudo, pois tudo possui energia.

Quarto - O principio da Polaridade - Tudo é dual. Tudo tem 2 polos.  Os opostos são idênticos, da mesma natureza, porém em diferentes graus.  Os extremos se tocam.

Quinto - O principio do Ritmo: Tudo flui, fora e dentro. Tudo tem suas subidas e descidas, assim é a vida.  O ritmo compensa e mantém o equilíbrio.  O sábio deve saber comandar os ciclos vitais, seguindo o seu fluxo, nunca violentando-os!!  Ele sabe que tudo possui sua época e que a balança oscila de acordo com o peso específico de cada ação.  O sábio deve ser puro equilíbrio!

Sexto - O principio da Causa e Efeito: Qualquer causa tem seu efeito.  Qualquer efeito tem sua causa. Tudo acontece de acordo com a Lei.  Nada escapa dela.  A cada ação devemos antever a sua reação.  Assim, seremos sábios em nossas decisões e promoveremos a paz e a felicidade entre os homens.

Sétimo - O principio do Gênero: Tudo tem seu princípio masculino e seu princípio feminino. O gênero se manifesta em todos os níveis da existência.  Todo o espírito é co-criador.

Algumas vezes somos pai, outras mães, logo o potencial criador está dentro de cada um.

Vamos estudas e refletir sobre esses ensinamentos, eles resumem a Lei do Criador do Universo.

A soma do princípio masculino e feminino é a Criação.  A mente é dual.

Vejam e estudem o sexto princípio: toda causa gera um efeito.  Tudo o que plantamos, colheremos.

Pode ser que não colhamos nesta vida, mas sim em vidas futuras.

Lembremos sempre que, caso vejas um homem de má sorte ou desvalido, creia que assim é porque ele colhe agora o que plantou no passado.

Não existe injustiças no plano do nosso Divino Criador!!

A Luz Divina é enviada a todos nós, pelo Divino Criador que nos criou; por isso vamos preferir a Luz do Divino ao invés das Trevas.

Agradeçamos todos os dias por toda perfeição Divina que rege a nós e a TODO O UNIVERSO!

Deus nos abençoe hoje e sempre!

Que as palavras sábias de Jesus, que foi o homem mais sábio que passou por esse planeta, esteja sempre à nossas mãos e em nossos corações para quando precisarmos.

Orai, vigiai, estudar e evolui a ti mesmo, é o melhor que temos a fazer nesta encarnação.

Amém!

Por Rose


Para vermos a Deus... precisamos elevar nossos pensamentos e estar sempre ligados com o alto!!

terça-feira, 16 de junho de 2015

Refletindo sobre Deus


O evangelista Marcos relata uma ocasião em que um dos escribas se aproximou de Jesus e perguntou sobre qual o maior dos mandamentos. O Mestre então responde:

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças.” (Marcos 12:30)

Jesus, como veio dar cumprimento à lei (Mateus 05:17), não trouxe, no amar a Deus, mandamento novo, pois esse mandamento já estava escrito no Velho Testamento, no livro Deuteronômio. Lá, no entanto, o mandamento está simplificado, pois diz:
        
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.” (Deuteronômio 06:05)

A diferença entre as duas citações é a passagem “de todo o teu entendimento”. Busquemos, então, atingir um melhor entendimento sobre Deus, nosso Pai.



O que é refletir sobre Deus?

Não é possível a nós, criaturas, definir precisamente Deus, o Criador. O que podemos, como Jesus nos recomendou, é, pouco a pouco, melhorar o nosso entendimento sobre Deus, a cada dia, a cada vivência, a cada estudo, se nós estivemos atentos, despertos e dispostos a isso. Essa compreensão sobre Deus está condicionada ao nosso aperfeiçoamento, ao nosso progresso, tanto moral quanto intelectual, pois até mesmo quando a Ciência consegue explicar uma lei que rege o Universo, vemos aí a inteligência de Deus que já previu todo o fenômeno, e nós estamos, através do trabalho, do nosso esforço, compreendendo um pouco mais a Inteligência que rege tudo. E isso falando apenas em termos materiais... e quanto às ciências da alma, do amor? Quanto a aprender... Por isso, preferimos utilizar o verbo refletir.

Quando procuramos no dicionário a definição do verbo refletir, encontramos [1]:
  • Como verbo transitivo indireto (verbo que precisa de complemento com preposição, como a palavra “sobre”), refletir significa pensar maduramente, meditar, reflexionar. Esse o sentido que pensamos inicialmente, refletir sobre Deus. No entanto, esse verbo ainda traz um outro significado:

  • Como verbo transitivo direto (verbo cujo complemento é sem preposição), percebemos que o termo traduz nossa evoluída atitude futura, o que Jesus, como nosso modelo, já conseguiu e veio nos ensinar, que é “refletir Deus”, ou seja, deixar ver; revelar, mostrar, traduzir, através de nós, todo amor de Deus.

Outra palavra que vamos utilizar nessa nossa reflexão sobre Deus é “conceito”, que, segundo o dicionário, quer dizer: “ação de formular uma ideia por meio de palavras; definição, caracterização. Pensamento, ideia, opinião”.
Assim, os nossos objetivos são, primeiramente, apresentar o conceito de Deus segundo a Doutrina Espírita, convidando à comparação desse conceito com aqueles que já construímos; e, em sequência, refletir sobre o efeito desses conceitos em nossa vida.



Conceitos de Deus ao longo da história da Humanidade

O homem primitivo, ainda muito ligado à vida material, pois tinha de sobreviver num mundo hostil, tinha consciência íntima de Deus e transportava esse sentimento para os fenômenos e coisas da natureza, adorando o Sol, a Lua, o Céu, o Trovão, os Bosques...

Consideremos a questão 06 de “O Livro dos Espíritos”. Kardec dirigiu aos Espíritos Superiores a seguinte questão:
“O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não poderia ser fruto da educação, resultado de ideias adquiridas?” [2]

Ou seja, vemos que nós já temos um sentimento íntimo da existência de Deus. Muitos podem até não concordar com a existência de Deus como lhe é apresentado, como um velhinho de barbas compridas, por exemplo. Mas o sentimento de que existe algo superior, nós temos. Kardec questiona – será que nós temos esse sentimento porque fomos ensinados a isso? Os Espíritos Superiores responderam:

“Se assim fosse, por que existiria nos vossos selvagens esse sentimento?” [2]

É exatamente o que acontece com o homem primitivo. Ninguém ensinou o homem das cavernas a adorar os fenômenos da Natureza. Esse sentimento já estava presente nele, pois ele tinha a consciência íntima de Deus; porém, o seu desenvolvimento só comportava esse tipo de adoração às coisas materiais. Era o que ele via e vivenciava; não havia ainda condições para maiores abstrações do pensamento.

Kardec retoma essa pergunta, de um modo diferente, quando estuda as leis naturais, na parte terceira de “O Livro dos Espíritos”, a seção que trata das leis morais, no Capítulo II, sobre a Lei de adoração. Nesse capítulo, na questão 650, encontramos:

Origina-se de um sentimento inato a adoração, ou é fruto de ensino?

Sentimento inato, como o da existência de Deus. A consciência de sua fraqueza leva o homem a curvar-se diante daquele que o pode proteger.” [3]

Avançando na História, obsevamos que os povos da Antiguidade, como os sumérios, babilônios, assírios e caldeus, eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses.

Os gregos também eram politeístas, e pela Mitologia, cada coisa tinha o seu Deus respectivo e cada Deus a sua tarefa e função definida, e com isso havia uma explicação sobre certos fenômenos da vida da Terra e do Universo. Os romanos adotaram deuses gregos como seus, apenas com a mudança dos nomes. Desta forma, tínhamos Zeus na Grécia, que ficou sendo Júpiter em Roma, e assim por diante.

Já os persas, através de Zoroastro, acreditavam na existência de dois poderes, o Bem e o Mal. Percebe-se um passo em direção à ideia monoteísta, ou seja, de um deus único, pois antes de Zoroastro, os persas também eram politeístas, como os demais povos.

Os egípcios tinham os seus deuses para o povo em geral, porém os sacerdotes cultuavam, em segredo, uma Inteligência Una, regente do Cosmo.

Os hebreus adoravam e cultuavam um Deus único, Jeová, Senhor dos Exércitos. No livro Êxodo, do Velho Testamento, no capítulo XX, quando começa o Decálogo, ou seja, os 10 mandamentos, vemos o primeiro mandamento que traduz a ideia de Deus daquele povo:

“Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis diante de mim, outros deuses estrangeiros – Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima no céu, nem em baixo, na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano (...)”. (Êxodo 20:02-05)

Vemos, nesse trecho, uma abordagem diferente de tudo o que tínhamos antes como ideia de Deus. Não mais uma forma, qualquer que fosse, para o representá-lo; não mais vários deuses, mas um só Deus.

Continuando este breve relato histórico do conceito de Deus ao longo do tempo, temos o ponto máximo com Jesus, que mantém a ideia de Deus único, do povo hebreu, e estende esse entendimento para o Deus Pai.

Há várias passagens evangélicas em que Jesus se refere a Deus como Pai, mas destacamos a registrada por Mateus, em seu capítulo 6, versículos 09 a 13, bem como por Lucas, no capítulo 11, versículos 02 a 04, que é a prece do Pai Nosso, quando Jesus nos ensina a orar.

Outra passagem que destacamos é a que Jesus conversa com a mulher samaritana e diz, conforme o relato de João:

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e verdade.” (João 04:23-24)

É outro salto evolutivo: entender que não precisamos de nada material para adorar a Deus.

Finalizamos nossa viagem histórica abordando o conceito de Deus segundo a Doutrina Espírita [4], o qual não difere do conceito trazido por Jesus. Façamos um breve comparativo entre o conceito de Deus segundo Moisés e segundo Jesus:

Segundo Moisés
Segundo Jesus
Deus único, Soberano Senhor e Orientador de todas as coisas
Deus único, Pai
Terrível, ciumento
Soberanamente justo e bom
Vingativo, cruel, implacável
Imparcial
Rega a terra com sangue humano
Deus que vê o pensamento e não se honra com a forma
Deus dos exércitos
Deus de misericórdia
Deus único de um único povo privilegiado
Pai comum de todo o gênero humano
Deus que quer ser temido
Deus que quer ser amado

Resumindo esse apanhado histórico, o conceito de Deus começou relacionado a fenômenos da Natureza — muitos deuses; passou para a representação humana desses muitos deuses (como vemos com os gregos e romanos); com os hebreus, chegou ao entendimento de que Deus é único e não tem forma definida, mas ainda com sentimentos humanos (ficando com raiva e vingando-se); e Jesus nos traz o conceito de Deus único, imaterial e com sentimentos sublimes.



Qual o nosso entendimento sobre Deus?

Kardec, no estudo que faz na Gênese, ainda no capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, conclui, dizendo:

“Toda a doutrina do Cristo se funda no caráter que ele atribui à Divindade. Com um Deus imparcial, soberanamente justo, bom e misericordioso, ele fez do amor de Deus e da caridade para com o próximo a condição indeclinável da salvação, dizendo: Amai a Deus sobre todas as coisas e o vosso próximo como a vós mesmos; nisto estão toda a lei e os profetas; não existe outra lei.” [4]

Se Jesus nos disse que devemos amar a Deus de todo o nosso entendimento, qual é o nosso entendimento de Deus, hoje? Meditemos a respeito; não é necessário comentar com ninguém, é algo só nosso, para que, de forma escrita ou no pensamento, possamos refletir qual é o nosso, pessoal e intransferível, entendimento sobre Deus.




O Consolador relembra e complementa os ensinos de Jesus sobre Deus

João registrou em seu Evangelho, que Jesus afirmou não ter podido trazer um conjunto completo de esclarecimentos:
“Tenho ainda muito que vos dizer, mas não o podeis suportar agora.”(João 16:12)
“Mais tarde, porém, enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito de Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-las explicará todas.”(João 14:16, 17 e 26)

Nós também estamos evoluindo ao longo do tempo. Coisas que na época de Jesus eram desconhecidas ou inexplicáveis, hoje a Ciência veio nos explicar e compreendemos e, principalmente, usufruímos. Da mesma forma, o ensino de Jesus, como Ele mesmo previu, seria deturpado, se afastaria da pureza inicial, e deveria ser restabelecido. E, entre esses ensinos, o próprio entendimento de Deus.

E qual é o Consolador Prometido? O Espiritismo.

“O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de Moisés, é consequência direta da sua doutrina. (...) Pelo Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai, por que está na Terra, por que sofre temporariamente e vê por toda parte a justiça de Deus.(...)” [5]

A partir desse entendimento, como Kardec estruturou todo o conhecimento que obteve através dos questionamentos aos Espíritos e o estudo de suas respostas? Qual foi a base?

Observemos que, no primeiro livro da Codificação Espírita – “O Livro dos Espíritos”, na 1ª Parte – Das causas primárias, primeiro capítulo – De Deus, a primeira pergunta dirigida aos Espíritos Superiores é:

“Que é Deus?” [6]

Por que essa preocupação em começar com o entendimento acerca de Deus? Porque, a partir desse entendimento, se desenvolvem toda a filosofia e toda a religião. Aqueles que não entenderam Deus como o ser onipotente, ou seja, com todo o poder, tiveram que imaginar muitos deuses. Aqueles que não entenderam Deus como a suprema bondade e justiça, tiveram de imaginar um Deus colérico, parcial, vingativo. E, principalmente, porque, de acordo com a ideia que fazemos de Deus, pautamos a nossa vida.

Kardec demonstra, assim, que o Espiritismo tem na existência de Deus o seu primeiro princípio basilar.

A primeira pergunta de Kardec já traz um entendimento importante: Deus não é uma pessoa, pois, caso contrário, Kardec teria perguntado quem é Deus. Interessante notar que Kardec não perguntou “Quem é Deus?”, pois se assim fizesse, já estaria induzindo uma resposta, estaria dando um sentido de personificação, uma ideia antropomórfica, ou seja, estaria imaginando Deus com a figura de um homem, velho ou jovem. Ao longo do tempo, nós trouxemos Deus até a nossa pequenez, demos-lhe até a forma humana... Mas com Moisés e Jesus já temos o entendimento de que somos nós que devemos nos esforçar para subir até Ele — nós é que precisamos nos aproximar de Deus, e não humanizar Deus.

Também Kardec não perguntou “O que é Deus?”, regido por artigo, porque aí estaria “coisificando” Deus, já que o artigo definido masculino singular é utilizado para definir coisas. Até a pergunta tem a sua ciência, e fica o convite de, sempre que possível, em nossos estudos, prestarmos atenção não só à resposta, mas também à pergunta que Allan Kardec elaborou, pacientemente, com sabedoria, para obter a resposta mais completa, mais alinhada com o que ele queria realmente saber. “Que é Deus” deixa aos Espíritos a liberdade de responderem sem induções, sem ideias pré-concebidas.

Abrindo “O Livro dos Espíritos”, então, à primeira questão, os Espíritos Superiores responderam, em síntese brilhante:

“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.” [6]

Sendo Causa Primária, é o criador de tudo. E sendo a Inteligência Suprema, nossa inteligência, ainda não desenvolvida, não tem condições de alcançá-Lo e entendê-Lo em plenitude.

Kardec continua:

“Poder-se-ia dizer que Deus é o infinito?” [7]

Lembremos que o infinito tem relação com aquilo que desconhecemos. É como se inventássemos uma palavra nova, uma palavra que não tem sentido para nós porque não conhecemos, e quiséssemos dizer que Deus é esta palavra. Não estaríamos esclarecendo nada, porque desconhecemos o sentido do novo termo. Assim também os Espíritos respondem, à questão 02 de “O Livro dos Espíritos”, que dizer que Deus é o infinito é uma pobreza de linguagem humana, uma definição insuficiente, incompleta, que não consegue definir o que está acima da linguagem humana.

Kardec apresenta um comentário a essa resposta. Ele diz:

“Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo de uma coisa pela coisa mesma, é definir uma coisa que não está conhecida por uma outra que não o está mais do que a primeira.” [7]

Deus é o máximo em tudo que podemos imaginar. Mas não podemos dizer que Ele é o infinito; seria tomar o atributo, a qualidade, pela coisa mesma. Assim, ser infinito é uma das qualidades ou atributos de Deus e não podemos definir “algo” por seus atributos.

Acompanhemos mais algumas questões sobre Deus:

Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?

Não; falta-lhe para isso o sentido.”

Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?

Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria.

Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá.” [8]

Para compreender a Deus plenamente, falta-nos o sentido, que só poderá ser adquirido por meio da completa depuração do Espírito, ou seja, quando formos evoluídos.

Então isso significa que nosso entendimento de Deus deve ser nulo? Definitivamente não deve ser assim, daí o nosso esforço para, dentro das nossas possibilidades, formar a ideia mais clara e mais verdadeira de Deus. Essa foi a mesma preocupação de Kardec, quando perguntou:

Embora não possamos compreender a natureza íntima de Deus, podemos formar ideia de algumas de suas perfeições?

De algumas, sim. O homem as compreende melhor à proporção que se eleva acima da matéria. Entrevê-as pelo pensamento.”

Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos ideia completa de seus atributos?

Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo. Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas ideias e sensações, não tem meios de exprimir. A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto, se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já ele não seria superior a tudo, não seria, por conseguinte, Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa conceber.” [9]



Deus para nós Umbandista e filhos da FRATERNIDADE UMBANDA DE JESUS CRISTO é:

  • A suprema e soberana inteligência – a inteligência do homem é limitada, pois não pode compreender tudo o que existe. A de Deus, tem de ser infinita.

  • Eterno – sem começo e sem fim.

  • Imutável – se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo nenhuma estabilidade teriam.

  • Imaterial – sua natureza difere de tudo o que chamamos de matéria. Se fosse material, não seria imutável.

  • Único – se muitos deuses houvesse, não haveria unidade no Universo.

  • Onipotente – se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber um ser mais poderoso, até o fim da escala. Esse ser seria Deus.

  • Soberanamente justo e bom – a sabedoria das leis divinas se revela em tudo, nas pequenas e nas grandes coisas.

  • Infinitamente perfeito – é impossível conceber-se Deus sem o infinito das perfeições, sem o que sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse.

“As descobertas que a Ciência realiza, longe de o rebaixarem, glorificam a Deus; unicamente destroem o que os homens edificaram sobre as falsas ideias que formaram de Deus.” [10]

Refletir sobre Deus...

Tomemos um ou mais dos atributos de Deus, listados acima, e pensemos, com nossas próprias palavras, ideias e valores, em sua importância para nossas vidas. Alguns exemplos:

  • Quando penso na imutabilidade de Deus, considero que suas leis também são imutáveis e que sou eu que devo esforçar-me por compreendê-las e cumpri-las. Quem precisa se transformar sou eu. A imutabilidade de Deus é um ponto de segurança em meio a mutabilidade de tudo na vida.
    Como Deus é imutável, eu transformo-me, aprimoro-me, para aproximar-me cada vez mais de Deus.

  • Quando penso que Deus é soberanamente justo e bom, considero que tudo o que ocorre é para meu aprimoramento, mesmo o que nos parece negativo neste momento. Tudo são lições para sermos melhores.
    Como Deus é soberanamente justo e bom, eu preciso desenvolver minha fé para sentir-me amparada(o) em todos os momentos.

Que Jesus continue protegendo-nos e fortalecendo-nos para, cada vez com mais decisão e coragem, seguirmos o caminho que nos levará a Deus.

Saravá Fraterno a todos!






Referências:

[1] FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. “Novo Aurélio Século XXI”, 1999, verbetes Refletir e Conceito.
[2] KARDEC, Allan. “O Livro dos Espíritos”. 66ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1987. Questão 06.
[3] Ibidem. Questão 650.
[4] KARDEC, Allan. “A Gênese”. 34.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1991. Capítulo I (“Caráter da Revelação Espírita”), itens 21 a 25.
[5] Ibidem, item 30.
[6] KARDEC, Allan. “O Livro dos Espíritos”. 66ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1987. Questão 01.
[7] Ibidem. Questão 03.
[8] Ibidem. Questões 10 e 11.
[9] Ibidem. Questões 12 e 13.
[10] KARDEC, Allan. “A Gênese”. 34.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1991. Capítulo I (“Caráter da Revelação Espírita”), item 55.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Acredita em Deus?


Um dia me perguntaram se eu acreditava em Deus...

... eu então lhes respondi da maneira como eu pensava.

Todo dia existe Deus... num sorriso de criança, no canto dos passarinhos, num olhar, numa esperança, na harmonia das cores, na natureza esquecida, na fresca aragem da brisa, na própria essência da vida, no regato cristalino, no pequeno servo do mar, nas ondas lavando as praias, na clara luz do luar, na escuridão do infinito todo ponteado de estrelas, na amplidão do universo, no simples prazer de vê-las.

Todo dia existe Deus...

... nos segredos desta vida, no germinar da semente, nos movimentos da Terra que gira incessantemente, no orvalho sobre a relva, na natureza que encanta, no cheiro que vem da terra e no sol que se levanta, nas flores que desabrocham perfumando a atmosfera, nas folhas novas que brotam anunciando a primavera.

Deus é capaz, Deus é paz, Deus é esperança. É o alento do aflito, o Criador do Universo, da luz, do ar, da aliança. Deus é a justiça perfeita que emana do coração.

Ao perdoar quem ofende Ele é o próprio perdão. Será que você ainda não viu o rosto de Deus no colorido mais belo dos olhos dos filhos seus? Deus é constante e perene. É divino! De tal sorte que sendo essência da vida é o descanso na morte...

Não há vida sem volta e não há volta sem vida... A morte não é morte, é só a porta da vida.

Todo dia existe Deus... No ciclo da natureza, neste ir e vir constante, no broto que se renova, na vida que segue adiante, em quem semeia bondade e em quem ajuda o irmão, colhendo felicidade, cumprindo a sua missão, no suor de quem trabalha, no calo duro das mãos, no homem que planta trigo, no trigo que faz o pão.

Você pode sentir Deus pulsar... ... dentro do seu coração!!!

Deus é Justo e Perfeito.

FIQUE COM DEUS!!!


Autor Desconhecido.

Umbanda é Fundamentada no Evangelho de Jesus Cristo


A UMBANDA E O EVANGELHO DE JESUS

A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos guias e protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Encontramos no terreiro da verdadeira Umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

A Umbanda convida o homem a se transformar. Assim sendo, o consulente recebe esclarecimento sobre sua real condição de espírito imortal, ou seja, é levado a entender que é o único responsável pelas próprias escolhas, e que deve procurar progredir na escala evolutiva da vida, superando a si mesmo. Mas para transformar- se é preciso estar pronto para compreender as energias que serão manipuladas, porque elas trabalham com o ritmo interno. Ouvir a intuição é, portanto, ouvir a si próprio; é saber utilizar os recursos necessários que estão disponíveis para efetuar a mudança do estado de consciência.

Por isso, transformar significa reverter o apego em desapego, as faltas em fartura, a ingratidão e o ressentimento em perdão.. É não revidar o mal, mas sempre praticar o bem.

Dar sem esperar reconhecimento ou gratidão. A beleza da vida está justamente na “individualidade” , no ser único, criado por Deus para amar. E este ser único está ligado à coletividade pelos laços do coração e da evolução, a fim de aprender a compartilhar, respeitar, educar e ser feliz.

Somos o somatório dos nossos atos de ontem: por ter cometido inúmeros excessos, estamos conhecendo a escassez, ou melhor, sempre atuamos à margem, não conseguindo nos equilibrar no caminho reto, pois o processo de evolução é lento, não dá saltos, respeita o livre arbítrio, o grau de consciência e o merecimento de cada um.

A Umbanda pratica o Jesus consolador, e, silenciosamente, vai evangelizando pelo Brasil afora, levando Suas máximas: “A água mais límpida é a que corre no centro do rio, pois as margens sempre contêm impurezas”. “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo”, pois Ele nos envia o Seu amor incondicional, que não impõe condições, porque não julga, não cobra, apenas Se doa e espera pelo nosso despertar para as verdades espirituais, para o homem de bem que existe dentro de cada um de nós.

Quando Jesus se aproximou de João Batista, que, com os joelhos encobertos pela água do Rio Jordão, mais uma vez falava do Messias, ao olharem-se um ao outro, uma força poderosa instalou-se sobre todos os circunstantes. Jesus então aproximou-Se de João Batista, e este ajoelhou-se aos pés do cordeiro de Cristo. Mansamente Ele o levantou e agachou-Se sinalizando para que João O batizasse. Nesse instante único, vibraram intensamente sobre Jesus, no centro do seu chacra coronário, o Cristo Cósmico e todos os Orixás. Foi preciso que o Messias fosse “iniciado” por um mestre do amor na Terra, para que se completasse Sua união com o Pai, e ambos fossem um. Esse é um dos quadros históricos mais expressivos e simbólicos que avalizam os amacis na Umbanda.

Texto extraído do livro “Umbanda Pé no Chão – Um guia de estudos orientados pelo espírito Ramatís (Editora Conhecimento)